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Sociopatas usam a política para atiçar suas almas sórdidas e infames

Quem nasceu do cruzamento de naja com jararacuçu e foi amamentado por hienas e sapos cururus jamais será um Shih Tzu, um Labrador ou uma calopsita. No máximo, um faminto escorpião-amarelo ou, quem sabe, um exemplar do mosquito da dengue. Estão incluídos na categoria de animais peçonhentos todos aqueles que rezam na cartilha de Jair Bolsonaro ou os que fazem do bolsonarismo uma forma arcaica, tirânica e extremamente idiota de demonstrar superioridade.

Além dos políticos e governadores que se imaginam acima do bem e do mal, são parte dessa lista a elite soberba e tacanha e a oposição bolsonarista que se acha santa e incapaz de meter a mão no dinheiro do trabalhador. Tentando empurrar para debaixo do tapete a sujeira que produziram em um passado recentíssimo, esses moços tortos trabalham para imputar somente a seu principal adversário político delitos que eles cometeram em profusão. E ainda não pagaram.

São os que afanam, nada fazem e, por força da imbecilidade congênita, vivem de sabotar as boas práticas, de discriminar os semelhantes e, agora, sonham com a possibilidade de segregar em massa os menos favorecidos. É o caso do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), ambos representantes do que há de pior na atual política brasileira. Como seres superiores, eles decidiram esconjurar o direito constitucional de ir e vir e estão devolvendo desempregados e pessoas em situação de rua a suas cidades de origem.

Embora se apresentem no celeiro bolsonarista como pessoas inteligentes, os dois são o exemplo óbvio da máxima dos pensadores, para os quais “quem ostenta a própria inteligência é geralmente um estúpido”. Querem estupidez maior? Sem generalizar e respeitando os que se opõem ao governador, ao prefeito e à segregação de pobres em um estado com riquezas acima da média, nada de tão anormal para um eleitorado que elegeu Renan Bolsonaro vereador de Balneário Camboriú e tende a eleger Carlos Bolsonaro senador da República.

É a peçonha explicitada em seu grau mais alto. Infelizmente, virou moda para os sociopatas se utilizarem da política para atiçar vossas almas sórdidas e infames. Mais uma vez pedindo escusas aos eleitores de consciência plena, mas se há um ou mais sociopatas no poder é porque os que os elegeram estão bem representados. No caso específico de Santa Catarina, Jorginho Mello, Topázio Neto e os que defendem a estapafúrdia iniciativa precisam ser informados de que a sombra do pobre é exatamente igual à do rico.

Diriam os catarinenses que preferem as nuvens que Jorginho e Topázio expulsam, mas não matam os desassistidos e involuntariamente marginalizados. É a desculpa dos que se acostumaram com a tese de que serão felizes para sempre. Tomara! Entretanto, vale alertá-los de que o mundo dá voltas. Elas explicam a existência de tanta gente tonta. São nessas voltas que a justiça acontece. Embora não seja o mote desta narrativa, a vitória de Luiz Inácio sobre Jair Bolsonaro em 2022 é a prova de que hoje você pisa, amanhã eu passo por cima. Nada mais ilustrativo do que a história do pássaro que, quando vivo, come formigas, mas quando morre é comido por elas.

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Sonja Tavares é Editora de Política de Notibras

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