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Trem nos trilhos atropela farsa do Ushuaia Gates

Tem boi na linha no que já se convencionou chamar de Ushuaia Gates. E, apesar de todo o barulho, mais parece conversa para boi dormir, com o trem se mantendo nos trilhos. Gente de visão já considera falso o alarde sobre a adesão da greve de empregados da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal, que continua a atrair maus olhares à possível candidatura de Thais Riedel à entidade.

Toda essa trama, não se sabe por quem urdida, embora sejam conhecidos os personagens envolvidos, enfraquece ainda mais a já abatida e debilitada empreitada da doutora. Isso porque, no início do ano, o escritório da quase candidata esteve diretamente ligado à suposta greve ocorrida na OAB/DF. O movimento não contou com adesão dos funcionários, mas que até hoje é noticiado por Riedel.

O controle do condomínio do prédio onde está localizado o escritório da advogada registrou sete visitas do presidente do Sindicato dos Empregados em Conselhos e Ordens de Fiscalização Profissional e Entidades Coligadas e Afins do Distrito Federal (Sindecof), Douglas de Almeida Cunha, conforme amplamente noticiado.

O caso repercutiu negativamente devido a reuniões realizadas entre Thais e Douglas nos dias 8, 10, 23 e 25 de março; 14 abril; e ainda, 3 de maio. Os encontros, naturalmente, atraíram os holofotes e a atenção dos mais curiosos, Via-se nesses eventos uma possível forma de jogo político do grupo de Thais Riedel, por ter se aproveitado de um momento de grande desafio da atual gestão da OAB/DF para atacar a entidade diante da pandemia de covid-19.

À época do escândalo, a OAB/DF sofria com inadimplência de mais de 60% e a advocacia sentia o fechamento dos tribunais, as dificuldades econômicas e operacionais. Ainda assim, a Caixa de Assistência dos Advogados (CAA/DF) batia recordes de distribuição de benefícios pecuniários e distribuía cestas básicas para a advocacia.

No entanto, em maio de 2021, a situação com os empregados da seccional terminou rápida e positivamente, com negociação sobre o acordo coletivo. A situação ficou pacificada com aumento linear de 11%, abono de R$ 1.750, além da correção monetária de vale-alimentação.

No fim, além de uma possível movimentação que falhou em tentar desgastar gratuitamente a constante atuação da atual gestão pela advocacia da capital da República, restaram apenas as repercussões nas redes sociais e grupos de WhatsApp quanto à aparente desculpa para as reuniões no escritório de Thaís Riedel: a de que os encontros eram para tratar de uma viagem para Ushuaia, na Argentina. Detalhe importante, quando as reuniões ocorreram, a fronteira com a Argentina estava fechada.

Conversa pra boi dormir? A Justiça, sabe-se, é cega. Mas um buraquinho na venda permite passar coisas que muita gente insiste em não querer ver.

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