O Governo Federal reconheceu, na sexta-feira (17), a situação de emergência no município de Santana do Ipanema, em Alagoas, devido à seca severa que castiga o Sertão alagoano nos últimos meses. A medida foi publicada no Diário Oficial da União e permite que a prefeitura tenha acesso a recursos federais para ações de enfrentamento à estiagem.
De acordo com a Defesa Civil de Alagoas, a falta prolongada de chuvas tem comprometido o abastecimento de água e provocado graves prejuízos à agricultura e à pecuária, atividades essenciais para a economia local. Pequenos produtores relatam perdas quase totais nas plantações de milho e feijão, além da morte de animais por escassez de pastagem e água.
O prefeito de Santana do Ipanema, Isnaldo Bulhões, ressaltou a importância do reconhecimento da emergência pelo Governo Federal.
“Estamos enfrentando uma das secas mais severas dos últimos anos. Esse reconhecimento é fundamental para garantir o envio de recursos e a assistência necessária às famílias atingidas”, afirmou o gestor.
Com a homologação federal, o município poderá solicitar ajuda humanitária, como o reforço de carros-pipa, distribuição de cestas básicas e apoio técnico para ações emergenciais. A expectativa é que o programa Operação Carro-Pipa, coordenado pelo Exército, também amplie o atendimento na região.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a estiagem que afeta o Sertão de Alagoas é consequência da redução das chuvas no período seco, agravada pelos efeitos do fenômeno El Niño, que tem alterado os padrões de precipitação em todo o Nordeste.
O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Moisés Melo, destacou que outras cidades alagoanas também sofrem com a seca.
“Mais de 30 municípios já decretaram situação de emergência em Alagoas. Estamos intensificando o monitoramento e trabalhando junto às prefeituras para reduzir os impactos sobre as populações rurais”, explicou.
Enquanto esperam pela chegada dos recursos federais, os moradores de Santana do Ipanema convivem com a escassez de água. Em muitas comunidades rurais, o abastecimento ocorre apenas uma vez por semana, e famílias dependem de poços ou açudes quase secos para o consumo diário.
A previsão é que o apoio emergencial ajude a amenizar os efeitos da estiagem até o retorno das chuvas, previsto para o início de 2026.
