Graças às palhaçadas daquele pai e daquele filho que imaginam a nação na qual cospem como uma casa de prostitutas comandada por soldados de polícia, o Brasil virou um circo com apenas dois palhaços e uma plateia submissa de zumbis que ainda vivem das migalhas do bolsonarismo. O restante do país é sério e decidiu não pagar o pato para o Donald. Timoneiro da desgraça dos últimos dias, Jair Bolsonaro é a cópia mal-acabada de um abutre carniceiro. Confundir o ex-presidente com a ave necrófaga não é mera coincidência.
É o próprio travestido de pomba da paz dos quintos do inferno. Quanto ao antibrasileiro Eduardo Bolsonaro, o deputado fujão, covarde e baba ovo de poderosos com dinheiro público, para uma aproximação mais detalhada do demo só faltam os chifres e o rabo. O resto ele adquiriu no berço. Dispostos a bancar o amor de quase metro e meio que nutrem por Donald Trump, Bolsonarão e Bolsonarinho pretendem levar para a casa do cacho o calvário dos brasileiros, incluindo o empresariado aliado. Farão exatamente como fizeram quando trataram a Covid 19 com uma gripezinha.
Hipócritas, soberbos, arrogantes, intolerantes e irresponsáveis, passaram quatro anos cagando grosso para a sociedade. Um deles, o mais encalacrado depois da ascensão de Luiz Inácio à Presidência, chegou ao cúmulo de zombar dos que precisavam de respirador e se negou a todo tipo de preocupação com os mais de 700 mil mortos, sob a alegação de que não era coveiro. Como há sempre uma noite no meio dos dias, o povo deve ter parado para pensar e, agora, com a mesma moeda, devolve a “suprema humilhação”. O mundo dá voltas.
Às vezes, o tacape bate no muro e volta pesado na cabeça daqueles que a mantém cheia de porcarias. Donald Trump, modelo para um dos próximos Bonecos de Olinda, tem de ser informado que o imbrochável misógino, racista e homofóbico está bem próximo de voltar às origens: o pó daquilo que o cavalo branco de Xandão deposita diariamente na sarjeta da Praça dos Três Poderes. E não adianta destilar raivinhas na direção do STF. Sábio e educado até com seus piores inimigos, Alexandre de Moraes provavelmente não reagirá como acreditam os fanáticos alçados ao mundo do faz de conta.
Morram de esperar, pois Xandão jamais pedira à Trump para entubar o visto que ele acintosa, estúpida e ditatorialmente ele revogou. O ministro costuma usar formas democráticas para mostrar que o Brasil vive o ápice da liberdade política, na qual não há mais espaço para boçais, ditadores chorões ou meninos fujões. De todas as maneiras, a “sentada” imposta a Bolsonaro pelo xerifão com energia até o último fio de cabelo para sustentar a força do tesão mútuo entre dois ou três extremistas, serviu para mostrar a pai, filho e titio que o Brasil não é um parque de diversões e que Brasília está longe de ser uma colônia de férias.
Antes de qualquer coisa, para viver e se manter por aqui é fundamental que os políticos de ponta saibam se defender sem a necessidade de chorar no ombro de quem nunca os amou de verdade. Sobre esses, é importante lembrar que, mais cedo ou mais tarde, o falso amigo Trump mandará a conta ao clã Bolsonaro das bravatas contra os brasileiros, do tarifaço e das sanções aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Ainda é muito cedo para mensurar, mas tudo isso certamente custará muito mais do que despretensiosos, desafetados e encabulados cafunés no escurinho da Casa Branca. Talvez custem todos os olhos. Tomara que sejam só os da cara. Quando usados, eles são menos doloridos.
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Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras
