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Os imigrantes

Maioria dos venezuelanos prefere deixar o Brasil

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Autor/Imagem:
Jamil Chade

Violência, fome, discriminação e desemprego. É isso que venezuelanos encontram quando decidem viver no Brasil. Essa é a conclusão de um levantamento conduzido pela Organização Internacional de Migrações com essa população.

A partir de 3,5 mil entrevistas, feitas entre janeiro e março, a entidade traçou um primeiro retrato das condições de vida desses estrangeiros, principalmente os que estão em Boa Vista e Pacaraima.

Segundo o levantamento, 57% dos venezuelanos estão desempregados. Daqueles que encontraram algum tipo de trabalho, 82% estão em postos de trabalho informais. A renda é ainda outro problema: 83% dos que conseguiram algum emprego não chegam a ganhar nem um salário mínimo por mês.

A principal motivação para o fluxo de imigrantes é a situação de colapso econômico na Venezuela. De acordo com o estudo, 67% dos entrevistados apontaram que saíram do país por causa dessa realidade. Outros 22% citaram a falta de alimentos e saúde. Entre os entrevistados, 7% mencionaram ainda a violência e apenas 1% indicou que estava sendo perseguido.

Outros destinos – A pesquisa revela também que 52% dos venezuelanos não querem permanecer no Brasil e tem como “destino final desejado um outro país, sobretudo a Argentina”.

O levantamento da OIM mostra que apenas 40% dos venezuelanos receberam algum tipo de apoio institucional, principalmente em relação à alimentação. E que grande parte dessa comida foi oferecida por instituições religiosas. “Ainda assim, 37% dos entrevistados consomem menos de três refeições diárias”, indicou o documento. Quase um a cada dez venezuelanos no Brasil só come uma vez por dia.

Outro problema apontado pelos entrevistados é a discriminação. “Vinte e oito porcento das pessoas indicaram ter sofrido algum tipo de violência no Brasil”, apontou a OIM. “Destas, 81% foram atos de violência verbal, seguida por
violência física (16%), e violência sexual (2%)”. E vinte porcento das pessoas entrevistadas afirmam que não se sentem seguras onde moram.

Desde o começo de 2017, ainda segundo a ONU, 52 mil venezuelanos entraram no Brasil, sendo que 40 mil deles estariam em Boa Vista, Roraima, e 25 mil pediram asilo. Nas últimas semanas, porém, cerca de 800 venezuelanos estariam cruzando diariamente a fronteira em direção ao Brasil.

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