Tensão na virada do ano
Mundo redobra a segurança contra o terror no réveillon
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emAs principais capitais do mundo desdobrarão neste domingo (31) um grande dispositivo de segurança para evitar possíveis ataques terroristas durante as celebrações para receber o Ano-Novo que, no caso da Alemanha, está destinado também a prevenir os abusos sexuais.
Algumas dessas cidades, alvos durante 2017 de atentados jihadistas, mantêm desde então um nível elevado de alerta terrorista, como é o caso de Nova York e Las Vegas, esta última palco, há três meses, do pior massacre a tiros da história moderna dos Estados Unidos.
Na Europa, a Alemanha será pioneira em destinar uma área delimitada onde será prestada atenção psicológica e de saúde a mulheres que se sentirem acossadas ou que sofreram abusos sexuais.
A medida será colocada em prática em Berlim, onde cerca de 1,4 mil policiais farão a segurança perante o emblemático Portal de Brandemburgo, e também ocorrerá em Colônia, cidade na qual em 2015 foram registrados abusos sexuais em massa que se reproduziram no ano seguinte, embora em menor proporção, tanto nesta cidade como no resto do “Land” da Renânia do Norte-Westfalia.
Na França, o Ministério do Interior anunciou que levará às ruas 139,4 mil membros das forças de segurança durante as comemorações da Réveillon, entre eles bombeiros, resgatistas e artífices.
O total do território francês estará coberto pelo dispositivo antiterrorista Vigipirate, com a atenção posta em grandes shoppings, nas concentrações de pessoas e nas infraestruturas de transportes públicos.
Apesar de ter sofrido quatro atentados terroristas em 2017, que deixaram 13 mortos e 18 feridos, Londres contará com menos agentes do que em outras ocasiões, segundo informou a Polícia Metropolitana (Met), que assegurou, no entanto, que o número de policiais é o “apropriado” para a situação e será combinado com outras medidas de segurança.
As medidas de segurança também ocorrerão na Turquia, onde foi proibida a comemoração de festas em locais emblemáticos de Istambul, como a praça Taskim, em prevenção a possíveis fatos como o massacre perpetrado há um ano na boate Reina na qual um membro do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) assassinou 39 pessoas.
Em Ancara não será proibido o tradicional festejo na cêntrica praça de Kizilay, mas haverá um dispositivo policial composto por 9.744 agentes.
Na Espanha, precisamente as cidades de Madri e Barcelona reforçarão a segurança em seus centros urbanos, com a colocação de “elementos de proteção”, depois que em agosto um atentado jihadista na capital catalã tirou a vida de 15 pessoas e deixou mais de 100 feridos.
Em Madri, além disso, serão fechados os acessos ao Porta do Sol, a cêntrica praça onde normalmente é dada as boas-vindas ao Ano Novo, cuja capacidade ficará limitada a 20 mil pessoas, ou seja, duas pessoas por metro quadrado.
Em Portugal, onde o nível de ameaça terrorista é moderado, o dispositivo de segurança será semelhante ao do ano passado, com interrupções de tráfego em locais de Lisboa e Porto onde é esperada grande aglomeração de pessoas.
Em outras capitais europeias, como Sófia, Viena, Budapeste e Praga, as especiais medidas de segurança se estenderão desde os centros urbanos, onde será celebrada a chegada do Ano Novo, até aeroportos, estações de trem, estradas e grandes shoppings.
Em todas elas, além disso, está prevista prevê a instalação de blocos de cimento e veículos pesados nos acessos às zonas mais concorridas para evitar eventuais ataques como os ocorridos em outras cidades da Europa.
Os Estados Unidos reforçarão especialmente a segurança em Nova York e Las Vegas, alvos dos terroristas neste 2017.
A vigilância será maior nos acessos à Times Square, onde se reúnem mais de um milhão de pessoas para se despedir do ano, por causa dos atentados de 31 de outubro, que tiraram vida de oito pessoas, e de 11 de dezembro, sem vítimas mortais, mas com vários feridos.
As medidas incluem o fechamento de ruas desde o meio-dia, com caminhões cheios de areia e muros de cimento ao redor da praça.
Las Vegas se blindará com quase 2 mil soldados, com apoio aéreo e de franco-atiradores, para garantir a segurança na comemoração de Ano Novo, três meses depois do massacre a tiros que matou 58 pessoas que assistiam a um concerto ao ar livre.
O aeroporto e outros pontos sensíveis da cidade, como seu famoso calçadão, receberão especial vigilância para que os mais de 330 mil presentes previstos possam celebrar o novo ano sem problemas.