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Impacto, Motos, Torto. Petardo vai implodir Palácio do Buriti

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Foi em 1997, no Canadá, que mais de 150 países assinaram um tratado estabelecendo o fim das minas terrestres. Elas são capazes de explodir muitos anos depois de instaladas e produzir um efeito retardado devastador. O Distrito Federal tem pelo menos uma, bem grande, enterrada a seis quilômetros do Palácio do Buriti.

A área abriga desde 2009 um dos maiores eventos internacionais da capital da República. É o BSB Motocapital. Os ingredientes são vários para causar estragos ao governo de Agnelo Queiroz e lançar estilhaços no Palácio do Planalto.

O local que deu origem ao terceiro maior encontro de motociclistas do mundo é a Granja do Torto. Ali é aguardado um público de 400 mil pessoas durante os cinco dias do encontro, que atrai motos de toda a América do Sul.

Acontece que o GDF publicou em 16 de janeiro último, como denunciou Notibras, um ato do governador retomando a área da Granja do Torto, cedida há quase três décadas aos pecuaristas, para que a Terracap invente uma nova cidade no espaço e tape o rombo financeiro deixado pelo estádio Mané Garrincha.

Ou seja, outros manés estão contribuindo para a explosão. O próximo Motocapital está programado para o período de 23 a 27 de julho de 2014 será despejado de lá horas antes de os motociclistas acionarem os motores. Os responsáveis pelo golpe omitem a informação. Arrecadam patrocínios e vendem espaços sem aviso prévio da situação.

Marcas como Petrobrás, Autotrac, Devassa e Ipiranga, entre outros patrocinadores, estão comprando espaços na Lua. Mais de mil e duzentos motoclubes do país escolhem a localização de seus estandes em um mapa divulgado no sítio do evento, configurado sobre a planta baixa da Granja. No portal existe um local mas na realidade não há endereço definido.

A empresa que assumiu as últimas edições do Motocapital e está em litígio com os verdadeiros proprietários da marca foi alvo de nota no Correio Braziliense em 10 de novembro de 2013 por operar na administração de Taguatinga na gestão de Carlos Alberto Jales e torrar R$ 3 milhões em shows, quando a cidade recebeu apenas 3,5 milhões de reais em investimentos.

Se não fosse a saída de Jales, a Impacto Organizações de Eventos teria levado os quase 4 milhões previstos. O diretor da Impacto é Marcos Portinho, que afirma ser apenas o organizador do BSB Motocapital. Na realidade é ele o arrecadador e dono do site onde são vendidos os lotes grilados aos motoclubes e patrocinadores.

A situação é grave porque desde o lançamento em 2009, realizado pelos verdadeiros proprietários da marca Motocapital, o evento recebeu projeção internacional. É visto hoje como o maior no calendário do Distrito Federal, concorrendo diretamente com o aniversário de Brasília.

Com certeza o Tratado de Ottawa não foi assinado por Portinho, que caminha livremente sobre território alheio. Ele simplesmente deixou marcado o local da explosão. Alguém do Buriti vai pisar firme no artefato e voar pelos ares levando a Petrobrás, Devassa, Ipiranga e muitos, muitos motoclubes do Brasil e países vizinhos. Esse mesmo Portinho está fazendo incursões em outro evento. É o Moto GP de Velocidade.

Há muito dinheiro por trás da Impacto Eventos. Há também cheiro de pólvora no ar que fará estremecer o pós Copa do Mundo em Brasília. Se alguém sobreviver poderá contar mais detalhes da história.

José Seabra

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