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Canção das estações

O amor, viajante sem fronteiras, se renova a cada três meses

Publicado

Autor/Imagem:
Luzia Couto - Foto Francisco Filipino

Do ventre da terra,
erguem-se ramos floridos,
como braços abertos ao céu,
entregando ao vento
seus beijos.

Se o inverno sussurra ao vento
segredos de gelo e saudade,
a primavera responde em pétalas,
colorindo as sombras do tempo
com tons de esperança.

Na dança das estações,
o verão tece raios de ouro,
desenhando caminhos ardentes
onde o amor se despe do medo
e floresce sem pudor.

As folhas caídas no outono
não são despedidas—
são cartas escritas pelo sol,
guardadas na pele da terra,
esperando renascer.

E sob o céu que vela o infinito,
as estrelas murmuram silêncios,
como versos soprados pela noite,
promessas eternas
no coração do universo.

Quando a brisa toca a alma,
desperta a melodia oculta,
como harpa dedilhada pelo tempo,
onde cada nota é um suspiro,
uma prece, um raio de luz
que dança na penumbra dos sonhos.

E o amor, esse viajante sem fronteiras,
se refaz em cada estação,
se entranha nas raízes do instante
e floresce na pele dos dias,
como um poema inacabado,
escrito pelo vento
nas páginas do horizonte.

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