Batalha fictícia mostra que falta coragem aos nossos homens

Dias atrás me deparei com uma discussão altamente relevante no Twitter. Um debate acalorado, digno dos maiores filósofos da humanidade: será que 100 homens seriam capazes de vencer um gorila em uma luta corporal? Eis o tipo de questionamento que move a humanidade para frente.

Os argumentos eram os mais variados. Alguns diziam que sim, claro, 100 homens juntos poderiam derrubar um gorila. Porque, afinal, o ser humano já foi capaz de grandes feitos e poderia muito bem usar técnicas especialmente desenvolvidas para este combate. Diante de tantas façanhas já realizadas, por que não dominar um primata musculoso de 200 kg com força descomunal, velocidade absurda e zero paciência? Outros acreditavam que o gorila, com sua cara de bravo e bíceps enormes, faria picadinho da turminha em menos de cinco minutos, sem nem suar a testa. E, convenhamos, é difícil discordar.

Mas o que mais me impressionou nem foi a confiança desmedida de alguns usuários, que provavelmente nunca encararam nem uma barata voadora no escuro. O que mais me chamou atenção foi que ninguém parou pra pensar no verdadeiro desafio da proposta: não é vencer o gorila. É encontrar 100 homens dispostos a enfrentá-lo.

Sério. Cem. Homens. Enfrentando um gorila. Corpo a corpo. Sem armas. Quem seria o primeiro?

Eu apostaria que, na hora H, no máximo uns quatro apareceriam. Dois desistiriam quando vissem o tamanho da criatura. Um fingiria um ataque de asma. E o último provavelmente tentaria conversar com o gorila, alegando que tudo pode ser resolvido com diálogo.

Então, fica aqui minha reflexão: o problema não é a força. É a coragem. E, cá entre nós, essa anda em falta faz tempo.