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Mujica, sinônimo de decência

Lá se vai o homem que atravessou o inferno sem perder a dignidade

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@donairene13 - Foto de Arquivo

O Brasil amanhece mais triste com a notícia da morte de José “Pepe” Mujica. Ele não foi apenas um líder de sua pátria. foi um dos grandes da América Latina.

Mujica se despede do mundo como viveu: com dignidade. E não há como lembrar sua trajetória sem recordar também os anos em que foi injustamente preso, tratado com crueldade e desumanidade pela ditadura uruguaia. Foram quase quinze anos de cárcere, sete deles em completo isolamento. Tentaram quebrá-lo por dentro. Tentaram apagar sua luz com escuridão.

Mas seus algozes falharam.

Porque Mujica não perdeu a lucidez. Não perdeu a ternura. Não perdeu a capacidade de sonhar com um mundo mais justo. Sobreviveu não apenas fisicamente, mas espiritualmente — e saiu da prisão não com sede de vingança, mas com fome de futuro.

Essa é uma das maiores lições que ele nos deixou: é possível atravessar o inferno sem deixar de ser gente. É possível resistir à brutalidade sem perder a humanidade.

Hoje, o Brasil abraça o Uruguai. Chora com nossos irmãos essa despedida. E agradece por ter compartilhado, neste continente marcado por tanta dor e desigualdade, a presença luminosa de um homem que foi, acima de tudo, decente.

Um homem comum. E por isso mesmo extraordinário.

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