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Fogo e ternura

Quando o amor se espalha pelo vento como constelação eterna e viva

Publicado

Autor/Imagem:
Luzia Couto - Foto Francisco Filipino

Permita-me desvelar este anseio,
Labareda que arde sem receio.
Sinto em mim tua presença envolvente,
Ecoando no peito como sol ardente.

Quero esculpir em versos teus carinhos,
Cravá-los na alma, em finos pergaminhos.
Cada toque é estrela a brilhar,
Fragmento celeste do amar.

Vem, deixa-me ser tua alvorada,
Seguir contigo nesta estrada
Onde o tempo dobra os joelhos,
Rendido ao perfume dos teus desejos.

Teus lábios são vinhos encantados,
Suspiros servidos em cálices dourados.
Bebo tua ternura, embriago-me da pele,
Saciando a sede que em mim se revele.

Brado ao vento nosso amor sem medida,
Como constelação eterna e viva.
Que os céus celebrem este clamor,
Forjado em afetos e pura ardor.

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