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Nem no banco...

Ancelotti vai precisar de reza brava para canarinho da seleção voar alto

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@donairene13 - Foto de Arquivo

Confesso que ando acompanhando a Seleção Brasileira como quem acompanha novela das nove: sem muita fé no roteiro, mas torcendo por um milagre do autor. E vamos ser honestos… a fase da Seleção não é boa faz tempo. Desde que o hexa começou a parecer uma promessa de político em campanha (bonita no papel, mas nunca cumprida), a gente vai levando como dá — entre memes, chiliques e esperança.

Recentemente, a escolha do novo técnico virou um daqueles enredos dignos de trama mexicana: teve suspense, traição, negociações secretas, recusas e até o Tite reapareceu em flashback. Mas eis que, no último capítulo, surge ele: Carlo Ancelotti, o técnico com cara de tio italiano que faz um belo espaguete ao alho e óleo e, dizem, entende de futebol. Finalmente anunciado como o novo comandante, depois de um flerte que durou mais do que muito namoro por aí.

E ontem saiu a primeira convocação. Como uma boa estreia de temporada, foi o caos. Entrei nas redes sociais só pra dar aquela espiadinha básica e fui sugada por um buraco negro de opiniões: teve gente que adorou, teve gente que odiou, e teve flamenguista surtando porque “roubaram o time todo” — ao passo que os antiflamenguistas brindavam.

Agora, em meio ao tumulto, uma unanimidade surgiu. Um raro momento de união nacional. Um lampejo de paz em tempos tão polarizados: Neymar não foi convocado. Sim, senhoras e senhores, ninguém brigou por isso. Ninguém fez textão, ninguém chorou, ninguém pediu CPI. Foi como se a ausência dele tivesse sido aprovada por aclamação popular. Um silêncio feliz, quase poético.

É curioso como chegamos a esse ponto. O craque que já foi esperança virou alívio quando ficou de fora. Parece até que o Brasil inteiro respirou aliviado, como quem percebe que o parente barraqueiro não vai ao almoço de domingo. Paz. Sossego. Menos drama. E nem adianta dizer que ele não foi convocado porque está lesionado, pois quem acompanha a seleção já viu de tudo, inclusive convocação de jogador que nem no banco ficou.

Agora é esperar pra ver o que Ancelotti vai fazer com esse elenco, e torcer pra que ele tenha trazido da Itália, além de tática, um pouco de reza brava. Porque, se depender só da bola, talvez a gente siga colecionando mais novelas do que títulos.

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