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Miss Armas

Por onde andará dona baratinha, a deputada de todos os horrores?

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Autor/Imagem:
Mathuzalém Jr - Foto Editoria de Artes/IA

Assumida e reconhecidamente à margem da lei, a madame de todos os horrores Carla Zambelli, a deputada que foi sem nunca ter sido, fugiu para a Itália, com escala na Flórida, nos Estados Unidos. A patética e covarde fuga foi decorrente, segundo a ex-parlamentar, de perseguições da ditadura que se instalou no Brasil. Que ditadura, cara pálida? Condenada pelo Supremo Tribunal a 10 anos de cadeia, Zambelli, além do raciocínio, parece ter perdido a memória, pois ditadura é a que ela defendeu até a consolidação do governo de Luiz Inácio.

Se a ideia é inverter a história, dançou Carla Zambelli. Seu inferno será aqui. Santa do pau oco, a ex-queridinha do clã Bolsonaro foi pega com a boca na botija. Para ajudar o ex-presidente a derrubar Lula e àqueles que defendiam o Estado Democrático de Direito, inclusive o ministro do STF Alexandre de Moraes, Zambelli se prestou ao criminoso papel de invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça. Por meio desse ataque hacker, a moça acima de qualquer suspeita produziu um pedido falso de prisão para o ministro, emitido no nome do próprio magistrado.

Ou seja, é sugestivamente mais ignorante do que seus cerca de 6 milhões de seguidores imaginavam. Como último recurso após a fuga, Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva, bloqueou os bens e os perfis de redes e incluiu o nome da indigitada parlamentar do Partido das Lágrimas (PL) na lista de difusão vermelha da Interpol. Alegando imunidade parlamentar, dona madame Min afirmou logo após ser informada da canetada de Xandão que a decisão é “ilegal, inconstitucional e autoritária”.

Disse também que se trata de “perseguição política”. Claro que não. É perseguição a uma criminosa. Nada de novo para pessoas que, como ela, acham que legal é só o que produzem de ilegal. Em outras palavras, vale tudo contra os outros. Como Carla Zambelli está sem advogado, certamente não sabe ainda que, em caso de fuga, a preventiva é necessária e constitucional. Perdeu novamente e, em breve, estará de volta. Afinal, o vento que leva o barco para a Europa, Estados Unidos ou qualquer lugar do mundo, pode mudar de rumo e atingir o fugitivo pela proa. É a lei da natureza.

Tentando ridicularizar a Justiça brasileira, Zambelli tem dito que ninguém vai tirá-la da Itália. A deputada tem cidadania italiana e aposta nela para iniciar uma dolce vita no lado direito da Torre de Pisa, isto é, longe das grades da Papuda. Se for, vai perder o rebolado e a banana que vem treinando, pois, como sua nacionalidade predominante é a brasileira, o governo italiano não pensará duas vezes para assinar o ato de extradição. É óbvio que o destino da condenada não será o país de Carlos Ancelotti, o novo técnico da Seleção Brasileira. Onde andará a dona baratinha?

Resta saber se, longe dos afagos de Elon Musk, Donald Trump abrirá os braços desgastados para receber aprendizes de feiticeiros como Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e muito provavelmente Jair Messias Bolsonaro, ainda que este esteja com o passaporte confiscado. Alguém duvida? Acho que ninguém que se enconre com a consciência em dia. A exemplo de Trump e dos fundamentalistas vinculados ao bolsonarismo, o argumento dos fujões é sempre o mesmo: Lula ganhou a eleição, escancarou o Brasil para o comunismo e calou a liberdade de expressão. Que comunismo? Será amnésia ou piada de mau gosto o fato de os coitadinhos terem esquecido que os golpistas são eles?

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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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