Coração apertado
Bom dia, tristeza; sente-se para um café e vamos conversar
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Desde ontem tenho me sentido um pouco triste, mas não sei exatamente a razão. Pode ter sido alguma notícia que li em alguma rede social que ficou ecoando dentro de mim sem que eu percebesse. Pode ter sido alguma brincadeira mais agressiva que alguém fez, que eu até dei risada na hora, mas que depois foi criando um desconforto aqui dentro. Sinceramente não sei.
Nessas horas eu não procuro mandar a tristeza embora e também não saio correndo para me distrair com outras coisas. Prefiro parar um pouco e receber essa sensação como uma visita inesperada. Quando a tristeza chega, eu costumo olhar pra ela de frente, quase como quem puxa uma cadeira e chama pra um café. Tento dialogar, perguntar o que ela quer me dizer e por que veio assim, tão de mansinho.
Sei que a tristeza nunca aparece sem motivo, mesmo que esse motivo esteja escondido entre detalhes que eu deixei passar despercebidos. Então fico aqui, ouvindo o que ela tem a me contar, como quem escuta uma história que precisa ser dita para que a dor possa descansar depois. E nesse processo percebo que o que mais preciso nesses dias não é afastá-la, mas entendê-la. Quando eu faço isso, me sinto mais em paz, como quem aprende a respeitar o próprio tempo e a própria humanidade.