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Ato bandido

Vergonhosamente, Congresso derruba IOF, mas inventa mais 18 deputados

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Autor/Imagem:
Misael Igreja - Foto Lula Marques

Ao vivo, em cores e a toque de caixa, a segunda dinastia do Congresso do mal – a primeira foi a que tentou a todo custo viabilizar o governo Bolsonaro – produziu nessa quarta-feira (25) a maior covardia em série contra o Brasil, contra o governo em andamento e, principalmente, contra a sociedade. De forma mandrake, planejada e vergonhosa, as excelências da Câmara dos Deputados e do Senado derrubaram recentes medidas tributárias do Lula 3, mas, no mesmo ato bandido, aprovaram a criação de mais 18 vagas de deputados.

Os aumentos previstos para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incluiriam cartões de crédito, débito e pré-pagos internacionais, além de cheques de viagem, os quais passaram a ter alíquota de 3,5%. Sem entrar no mérito da positividade ou nocividade do tributo derrubado, o reajuste pouco ou nada representaria no bolso dos mais pobres. Já os “novos” deputados custarão aos cofres públicos cerca de R$ 64 milhões ao ano. São ou não são sem noção os deputados da putada.

Digo isso porque não há como negar que, além de desestabilizar o governo federal, a bandalheira serviu para atender os ansiosos “patriotas” viúvos de Jair Bolsonaro e a petralhada conhecida por empreendedores do agronegócio. A ideia é liberar geral para um possível governo de extrema-direita a partir de 2026. Depois, os mesmos parlamentares se associam ao pastor Silas Malafaia e à súcia extremista para vociferar que Lula é ladrão. Só ele?

Lamentável e vergonhoso, os dois gestos simultâneos são a cara do atual Congresso Nacional, capacho de todas as horas de um ex-presidente que deixou o Palácio do Planalto sem dizer ao país e ao mundo a que veio. Só para ilustrar, o aumento de parlamentares proposto pela bancada bolsonarista na Câmara dos Deputados significa dizer que, a partir de agora, o Brasil terá mais deputados do que toda a Europa. Mais um escárnio pela turma da incoerência pública, salafrária e impopular.

Curioso, mas é verdade. Incluindo os presidentes das duas casas do Legislativo federal, os bolsonaristas exigem corte de gastos do Lula 3, mas aprovaram um aumento de gastos absurdo com os futuros deputados. E daí? O povo que se dane. Estamos na contramão do mundo, mas os homens públicos de araque e de quinta categoria não estão nem aí com a causa pública. Cada vez mais, o pirão deles é sempre o primeiro. Quanto a nós, eleitores, ou aprendemos a votar ou, em breve, entraremos na fila do barco do salve-se quem puder.

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Misael Igreja é analista de Notibras para assuntos políticos, econômicos e sociais

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