Janela da Paraíba
Um pedaço do Nordeste que acolhe quem dá as caras
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Estive no meio da semana que finda em um pedaço de chão nordestino onde o sol não castiga, aquece. Onde o mar não separa, acolhe. Onde o sertão, em vez de expulsar, convida. Esse chão tem nome bonito, sonoro como cordel recitado na feira e atende pelo nome de Paraíba.
Enquanto tantos viram as costas, erguem muros e fiscalizam sotaques, a Paraíba abriu janelas. Não janelas de concreto e vidro fumê, mas janelas de alma. E por essas janelas têm entrado brasileiros de toda parte — do Sul, do Sudeste, do Centro-Oeste, e até de mais longe — não em fuga, mas em busca: de vida segura, de ar mais limpo, de vizinhos que dão bom-dia com sorriso, de cidade onde criança brinca na praça sem medo.
A Paraíba não só acolhe, como ensina. Mostra que desenvolvimento não precisa de arrogância. Que progresso combina com simplicidade. Que um povo feliz é o maior capital social de um Estado. E com isso, vem colhendo frutos: mais empresas se instalam, mais famílias prosperam, mais obras se erguem com dinheiro público e também com a coragem de quem aposta na mudança.
É curioso como, neste Brasil que tantas vezes parece andar às cegas, seja justamente a Paraíba — esquecida nos palanques de Brasília e mal mencionada nos jornais do Sul — quem dá o exemplo mais claro de como crescer sem deixar ninguém para trás. Lá, a mão que trabalha é a mesma que acolhe. Lá, o forasteiro vira vizinho, e o vizinho vira irmão.
Talvez seja o tempo, talvez seja a terra. Talvez seja o espírito de Jackson do Pandeiro ou a sabedoria do velho Ariano Suassuna que ainda sussurra nos ouvidos de quem manda e de quem obedece. O fato é que a Paraíba tem feito o que tantos prometeram e poucos cumpriram: tornar o Nordeste um lugar não só para se nascer, mas também para se reinventar.
Até porque, como dizem os paraibanos, quem pisa na Paraíba com o coração aberto, não encontra apenas calor — encontra futuro.
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José Seabra é diretor da sucursal Regional Nordeste de Notibras