McLaren domina na Áustria, Norris vence e Bortoleto marca seus primeiros pontos

O domingo no circuito de Spielberg teve gosto de redenção para uns e de confirmação para outros. A McLaren simplesmente sobrou no Red Bull Ring e transformou o GP da Áustria em um espetáculo particular. Com liberdade para brigar entre si, Lando Norris e Oscar Piastri protagonizaram um duelo limpo e emocionante que teve o britânico como vencedor — e com méritos. Norris segurou a pressão do companheiro com categoria, subiu ao topo do pódio e mostrou que está mais vivo do que nunca na luta pelo título. Com 201 pontos, reduziu a diferença para Piastri, que lidera o campeonato com 216.

Mas o verdadeiro sabor especial do dia veio com sotaque brasileiro. Gabriel Bortoleto, jovem talento da Sauber, enfim pontuou na Fórmula 1 — e o fez com a mesma serenidade que demonstrou ao longo de sua trajetória no automobilismo. Depois de onze etapas batendo na trave, o brasileiro largou em oitavo, sua melhor posição no grid até aqui, e cruzou a linha de chegada exatamente onde começou. Os quatro pontos conquistados têm o peso de uma vitória: tiram o Brasil de um jejum que durava quase sete anos.

Desde o adeus de Felipe Massa aos pontos, em 2017, nenhum piloto brasileiro havia conseguido romper a barreira do top 10. Bortoleto, com seu talento e sangue frio, escreveu um novo capítulo nesse domingo. Como cereja do bolo, foi escolhido o melhor piloto da prova em votação popular no site oficial da Fórmula 1 — um claro sinal de que não foi apenas o Brasil que percebeu sua performance.

A corrida, aliás, começou quente — literalmente. Ainda na formação do grid, a Williams de Carlos Sainz pegou fogo, atrasando a largada em 17 minutos e gerando tensão no paddock. Quando as luzes finalmente se apagaram, Norris não desperdiçou a pole. Já Piastri tratou de ultrapassar a Ferrari de Charles Leclerc como quem avisa: aqui, hoje, a festa é laranja.

E que dizer de Max Verstappen? O maior vencedor da história no circuito austríaco teve seu dia de azar. Correndo em casa, viu a Mercedes de Kimi Antonelli acertá-lo logo no início da prova, e ambos abandonaram a disputa. Foi a senha para a bandeira amarela e a entrada do safety car. Bortoleto passou ileso e capitalizou como gente grande.

No fim das contas, o GP da Áustria foi um prato cheio: para os fãs da McLaren, um banquete; para os brasileiros, um alívio há muito esperado; e para o campeonato, uma reviravolta que promete esquentar as próximas etapas. Que venha Silverstone.