Curta nossa página


Pôr do Sol

Lembrando Lenine… e o dia em que o sol morreu para dois

Publicado

Autor/Imagem:
Gilberto Motta - Texto e Imagem

“…sozinho no mundo sem ter ninguém/o último homem no dia em que o Sol
morreu.” (Lenine, cantor e compositor infinito)

Naquele final de dia, o velho chegou aceso.

Juntou o cachorro, gritou com a Mama véia e esmurrou a mesa.

– Caralho! Roubaram a minha aposentadoria.

Depois foi ao escritório da casa e ligou o netbook.

Olhou as ações, respirou e acendeu um charuto para respirar.

Naquela tarde a Mama véia ficou sentada no fundo do quintal olhando o Sol dormir.

Na mesma noite o coronel gritou:

– Vamo, encrenca! Lava as coisas que hoje eu tô necessitado.

Pela janela, ao amanhecer, um raio de Sol bateu na cara do coronel.

Estranhamente o coronel acordou feliz.

Como num último por de Sol, o coronel foi até a cozinha e trouxe um belo café completo para mama.

Ela acordou assustada. Depois compreendeu.

Ele desligou o computador e deitou-se ao lado da velha amiga.

O poder do último por do Sol é mesmo poderoso.

Semanas após, encontraram os corpos do coronel e mama abraçados e fedorentos.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2025 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.