Dá-lhe, Brics
Império ruiu, e bravatas de Trump não levam a nada
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Ontem acompanhei as notícias sobre a cúpula dos BRICS no Rio de Janeiro. Aquelas imagens lindas de líderes de países emergentes sorrindo, trocando apertos de mão e falando em soberania, desenvolvimento e parceria Sul-Sul. Um pesadelo para quem ainda acha que o mundo deve girar em torno da Casa Branca.
Mas confesso que o meu entretenimento do dia veio de outro lugar. Lá estava ele, Donald Trump, dando declarações firmes, ameaçadoras e… como direi?… desesperadas. Ele anunciou que os EUA pretendem taxar os países que se alinharem aos BRICS. Ou seja, a nova doutrina da política externa americana é clara: “quem não brincar só com a gente vai pagar caro”.
E, como se não bastasse, Trump resolveu fazer um tour opinativo pela política brasileira. Disse como deveríamos lidar com o nosso ex-presidente que tentou um golpe por aqui. E adivinhe? Trump acha que Bolsonaro está sendo perseguido. Um injustiçado, coitado. Mal compreendido. Um herói trágico das democracias tropicais.
Claro que Trump minimizou os crimes. Afinal, como criticar Bolsonaro por fazer aqui o que ele próprio tentou fazer lá? Seria incoerente. E se tem uma coisa que Donald Trump preza, definitivamente, não é a coerência.
A verdade é que Trump se sente ameaçado. A ideia de que o mundo pode funcionar sem a tutela estadunidense tira o sono dele. Ver o Brasil dialogando com China, Rússia, Índia e África do Sul, e agora com novos membros entrando no bloco, deve parecer um filme de terror para quem ainda acredita no “Make America Great Again” como política externa universal.