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Análise de poema coletivo que fala sobre vida e rosas

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Autor/Imagem:
Edna Domenica Merola - Foto de Arquivo

Convido à leitura reflexiva do poema “Rosas Mortas de medo” escrito pelo coletivo de autores Antonio Gil Neto, Cassiano Silveira, Edna Domenica Merola, Gilberto Motta, Marlene Xavier Nobre, Rosilene Souza e Taís Palhares. Esta análise supõe que o “eu lírico” compartilha sua jornada introspectiva de dor, medo, esperança, renovação e reflexão perante o mundo em que vive (Brasil, 2025).

Esse texto combina elementos de poesia e prosa para expressar sentimentos e reflexões. Elencamos algumas categorias de análise úteis para sua interpretação:

1- O poema inicia com o tema “Medo e Dor”: “Fui ao quintal e colhi/Cinco rosas mortas de medo”.

O “eu lírico” começa descrevendo uma cena simbólica, onde as “rosas mortas de medo” podem representar a perda de beleza e esperança devido ao medo.

Em “Extraí um espinho de cada / Um furo para cada dedo”, a imagem dos espinhos e furos nos dedos sugere dor e sofrimento, possivelmente resultantes de experiências traumáticas.

2- Tentativa de Superação: “Com água vermelha nas mãos / Ocupei toda manhã, desde cedo / Pintei uma alvorada luminosa de aquarela”.

A água vermelha pode simbolizar o sangue do ferimento, mas a ação de pintar uma alvorada luminosa sugere uma tentativa de superar o sofrimento e encontrar esperança. O verso “Tentando apagar o escuro do meu medo” reforça a ideia de que o narrador está tentando encontrar uma saída.

3- Reflexão sobre a Dor e a Memória

– “Espinhos no pinho da cara de pau / Na rosa murcha do intestino / A podridão letal”: Essas imagens são fortes e sugerem uma dor profunda relacionada a vivências negativas.

– “Podridão mais que da carne:- putrefação de escórias / Espinhos históricos, mentiras e infâmias”: O ‘eu poético” sugere que essas dores resultam de eventos históricos, mentiras e injustiças.

– “Para sempre nas tristes memórias”: o “eu lírico” avalia que essas memórias dolorosas são persistentes e difíceis de esquecer.

4- Crítica Social e Política

– “Fui ao Congresso e vi / Artistas mortos de espanto”: faz crítica a uma situação político social que demanda um enfrentamento à injustiça.

– “Tirei fotos do que vi / E enviai a cada canto”: O “eu lírico” documenta e compartilhar observações, para denunciar ou conscientizar.

5- Renovação e Esperança

– “Com aquarela na mão, / Jejuava no telão um deputado em missão / Contra o orçamento secreto”: trata-se de um exemplo de fato ocorrido em Brasília, em 2025 que a acusa a necessidade de buscar transparência e justiça.

– “Andei por memórias desabitadas, revi / Cenários da casa redesenhando luas”: O narrador parece revisitar memórias passadas e reimaginar seu passado de uma forma mais positiva.

– “Avoado, desenhei-me então em asas / Revivi afoito: tantas histórias novas”: A imagem de desenhar-se em asas sugere liberdade e renovação, e “revivi afoito” indica uma revitalização ou renascimento.

Conclusão: Reflexão e Retorno

– “Brinquei afoito, brinquei sem os minutos contados / Colhi frutos, semei rosas, todas as vozes”: O narrador parece ter encontrado uma nova perspectiva ou liberdade, onde pode brincar e criar sem restrições.

– “Retornei triste: tantos sonhos abandonados”: No entanto, o retorno à realidade traz uma sensação de tristeza, devido aos sonhos ou esperanças que não foram realizados.

– “Fui na areia do mar / Admirei barcos de pesca”: Essa imagem final convoca a uma reflexão sobre o futuro, com os barcos representando jornadas ainda por vir.

Em resumo, o texto é uma jornada introspectiva que explora temas de dor, medo, esperança, renovação e reflexão. O narrador parece estar lutando contra seus medos e dores, buscando superar experiências negativas e encontrar uma nova perspectiva. A obra também contém críticas sociais e políticas, sugerindo uma conscientização sobre questões mais amplas.

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Rosas mortas de medo colhidas com espinhos no quintal da ilusão

 

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