Ocultismo
Ankh, a chave da vida e do sigilo no antigo Egito
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Em Magia existem signos, símbolos e sigilos para representar algo maior do que aquilo que parece ser. O signo representa uma ideia específica que remete à palavra significado. O símbolo, por sua vez, está associado a uma série de informações e percepções sobre uma “coisa”. O sigilo, outra forma de representação de objetos, ideias e percepções, é a codificação daquilo que se quer representar, mentalizar e alcançar. Na Magia, a simbologia sagrada auxilia no alinhamento da mente, do espírito, do corpo e da Natureza. As pirâmides egípcias, por exemplo, simbolizam o poder criativo do Sol e a imortalidade dos faraós, “representantes divinos”, sepultados nos interior desses monumentos colossais.
De origem desconhecida e Idealizado de forma sigilosa, o Ankh, a Chave da Vida, também conhecido como Cruz Ansata, é um dos símbolos mais enigmáticos e duradouros do Antigo Egito. Signo da vida eterna, o Ankh é representado por uma cruz com um laço ovalado no topo. Esse hieróglifo carrega múltiplos significados que transcendem o tempo, permeando áreas como a religião, o esoterismo e a simbologia universal. No Egito faraônico, o Ankh era associado à palavra “ânkh”, que significa literalmente “vida” ou “vida eterna”. O aro do Ankh representa o Sol, com a barra horizontal da cruz ilustrando o horizonte e a barra vertical da cruz o caminho do sol, que se eleva acima do horizonte.
Nas representações religiosas, o Ankh era frequentemente visto nas mãos de deuses e deusas, como Ísis, Osíris e Rá, que o ofereciam ao faraó, simbolizando a transmissão do sopro vital ou da imortalidade ao mandatário. Este gesto sugere que a vida, segundo a crença egípcia, era um dom divino que transcendia a existência terrena, sendo parte de uma continuidade cíclica entre nascimento, morte e renascimento.
Observando a misteriosa cruz do Ankh em termos de representação universal, destacamos dois elementos principais na imagem do signo: o círculo e a cruz. A tradição cristã associa a cruz a Jesus crucificado, esquecendo-se que milhares de outros injustiçados foram trucidados na cruz a mando da Igreja católica. Todavia, a cruz, em muitas culturas, simboliza a vida como tal, uma combinação de princípios masculino e feminino (a barra vertical é masculina, ativa, energia Yang e a linha horizontal é feminina, passiva, energia Yin).
Em outras palavras, uma cruz é um símbolo da existência humana com limites muito específicos. Os pontos de cruzamento da cruz são o núcleo, a essência do espírito humano, o ponto de origem, o começo e a gênese. O círculo, simboliza a eternidade, algo desconhecido e infinito.
Esta interpretação encontra eco nas tradições herméticas, nas quais o símbolo é associado ao equilíbrio dos opostos, refletindo os princípios de polaridade presentes na Tábua de Esmeralda, e servindo como poderoso instrumento de proteção. No campo esotérico moderno, o Ankh foi incorporado a correntes de pensamento como a Teosofia e a Magia Cerimonial, sendo utilizado como um talismã de proteção e expansão da consciência.
Religiosamente, o símbolo continuou a exercer fascínio mesmo após o declínio do Egito Antigo. Durante o período copta, movimento cristão no antigo Egito, o Ankh foi sincretizado à cruz cristã, sendo considerado um elo entre o paganismo egípcio e o cristianismo primitivo. Assim foi adotado por cristãos coptas no Egito como um símbolo da vida após a morte e da ressurreição em Cristo, tornando-se uma variante da cruz cristã. Esse sincretismo mostra como símbolos poderosos são reciclados em novos contextos, preservando sua essência espiritual e esotérica. O Ankh, portanto, transcende sua origem egípcia para se tornar um símbolo universal de vida, eternidade, equilíbrio e conexão espiritual. Ao ser utilizado em diversos contextos religiosos e esotéricos demonstra a profundidade de seu significado e sua permanência no imaginário simbólico da humanidade.
Assim, a misteriosa Ankh é uma criptografia metafísica profunda, apontando o verdadeiro significado da vida humana como um “ponto”, contemplando sua natureza eterna, que reconhece a verdadeira essência de sua existência.
Poderoso símbolo de proteção, o Ankh dá asas à imaginação humana, quando se trata de objetos de arte, decoração, artigos religiosos e adereços vários. A Cruz de Ankh é frequentemente encontrada em estampas de roupas, pinturas, tatuagens e, principalmente, em joias egípcias.
O Ankh, sigilo do antigo Egito, gravado nas paredes das pirâmides, templos e nos sarcófagos, é também revelado em lindas e sensuais tatuagens impressas intimamente no corpo humano.
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Giovanni Seabra (@giovanniseabra.esoterico)
Grão-Mestre do Colégio dos Magos e Sacerdotisas (@colegiodosmagosesacerdotisas)