Palavras vazias
Europa se rende a Trump, o bufão-verborrágico
Publicado
em
Donald Trump, o bufão verborrágico, em seus desvarios afirmava quando candidato que ao se tornar presidente dos EUA encerraria a guerra entre Rússia e Ucrânia em 24 horas. Bem, lá se vão mais de 4.300 horas e a guerra continua firme e forte. Pelo jeito, como disse lá atrás o nosso craque Garrincha, ele não “combinou com os russos”, e Putin faz ouvidos moucos a idiotia de Trump. Mas algo parece ter mudado, e isto é a intenção do laranjão norte-americano, que agora afirma que enviará armas americanas para Zelensky, contribuindo para a continuidade da mortandade nesta guerra sem sentido.
É provável que Trump tenha mudado de ideia, e de lado, após alguma conversa com os senhores da guerra dos EUA, ávidos por vender armas e, obviamente, lucrar com o infortúnio e a desgraça dos outros. O fato é que o “taxativo” presidente disse que armas americanas serão enviadas à Ucrânia, mas a um custo para o cidadão contribuinte da Europa que, ao fim e ao cabo, é quem pagará esta conta.
Infelizmente entra em cena a crônica subserviência europeia aos desejos do governo dos EUA, que se pensava em declínio após as loucuras comerciais de Trump contra a União Europeia. A sociedade europeia, que em geral paga altas cargas tributarias que garantem políticas públicas eficientes e mitigadoras dos desequilíbrios inerentes ao capitalismo, pagará esta conta aos amigos de Trump. Estes produzirão as armas e as entregarão à Ucrânia. E o boleto vai para a sociedade europeia.
Mestre este Trump, ajuda os amigos, e por conseguinte a si próprio, satisfaz os desvarios de Zelensky e manda a conta para a Europa, assustada com um delírio de que a Rússia está ali na esquina a espreitar para invadi-la. De quebra piora a vida do povo europeu, que verá dinheiro que poderia ser investido na garantia de seu estado de bem-estar social ser direcionado para a continuidade de uma guerra que não lhe diz respeito e não terá vencedores, e ainda contribui para jogar o continente nas mãos da extrema direita europeia (desejo supremo de Trump) que sabidamente faz discursos agressivos (só discursos) contra a piora da condição de vida do povo.
Para piorar, capitaneados pelo ultradireitista Mark Rutte, Secretário Geral da obsoleta OTAN, a União Europeia decidiu que seus membros terão que elevar seus gastos em defesa (leia se preparar para guerra) a no mínimo 2% do PIB já nos próximos anos, tendo que chegar num futuro de médio prazo (2035) a 5% do PIB de cada país-membro. Considerando que a maioria dos países europeus já tem uma dívida pública próxima ou mais alta do que seu PIB, e que o Banco Central Europeu segue a cartilha neoliberal de austeridade a todo custo, não fica difícil imaginar quem pagará a conta destas decisões: as políticas públicas que fizeram da Europa exemplo de sociedade desenvolvida e preocupada com a estabilidade social e com a melhora contínua da qualidade de vida de seu povo.
Infelizmente aquela Europa moderna e socialmente justa caminha para uma piora da condição de vida de seus habitantes, com desigualdade social a se elevar e a qualidade de vida a se deteriorar. E tudo por causa da expansão desenfreada de uma organização militar que perdeu sua condição de existência com a derrocada do regime soviético (foi criada para se contrapor a uma possível expansão soviética), a famigerada OTAN, que cercou a Rússia atendendo ao delírio dos EUA em se hegemonizar “ad aeternum” como os donos do mundo.
A vida do povo norte-americano piora, a vida do povo europeu tende a piorar, a guerra grassa como uma praga, e Trump se diverte taxando o mundo, inclusive os fiéis e dóceis parceiros que o obedecem.
É triste!
…………………….
Antonio Eustáquio é correspondente de Notibras na Europa