Suspiros
Mapa invisível do amor
Publicado
em
Esta não é uma terra feita de chão.
É feita de pulsações.
De suspiros que se escrevem sozinhos
quando o coração não cabe mais no peito.
Não se encontra em mapas,
mas em olhares demorados,
em cartas que nunca foram enviadas,
em beijos que ficaram presos na garganta
e viraram poema.
É um território onde o amor
não precisa de explicação
ele floresce.
Mesmo em solo árido.
Mesmo em silêncio.
Aqui, o tempo não é cronológico.
É emocional.
Um segundo pode durar uma eternidade
se for vivido entre dois corpos que se reconhecem
sem palavras.
O ar tem cheiro de lembrança.
A brisa sopra metáforas.
E cada passo é uma estrofe
que se escreve com a alma exposta.
Nesta terra,
os amantes são poetas
e os poetas, amantes.
Porque só quem ama profundamente
sabe traduzir o invisível
em algo que respira.
Não há bandeiras,
mas há promessas sussurradas.
Não há ruas,
mas há caminhos feitos de toque,
de presença,
de ausência que ainda aquece.
Aqui,
uma lágrima é um rio que escreve.
Um abraço é um verso que se dobra sobre si.
E um adeus é uma vírgula
nunca um ponto final.
É a terra onde o amor não precisa ser perfeito,
só precisa ser verdadeiro.
Onde a dor não é fraqueza,
é matéria-prima.
Onde cada cicatriz é uma flor
que aprendeu a crescer na pele.
E mesmo que ninguém veja,
mesmo que ninguém leia,
os versos continuam nascendo
como estrelas em noites sem nome.
Porque nesta terra,
o amor é verbo.
A poesia, refúgio.
E cada palavra escrita com o coração
é uma casa acesa
no meio da escuridão do mundo.
E você, que ama com palavras ou com silêncios,
também pertence a este lugar.
Bem-vindo à terra onde o amor
é o idioma mais antigo
e o mais eterno.