Curta nossa página


Teste de estresse

Brasil precisa entender que lugar de lixo, como Bolsonaro, é na lixeira

Publicado

Autor/Imagem:
Antonio Eustáquio Ribeiro - Foto Editoria de Artes/IA

Há no mercado financeiro uma ferramenta destinada a testar a resistência de um banco ou mesmo de um portfólio de investimento diante de um cenário de mudanças severas. São fundamentais para a verificação de seu valor, de seu retorno. Isto se destina a saber as prováveis e possíveis ocorrências diante de determinadas condições, para prever o comportamento adequado e necessário naquelas condições.

Embora o que esteja ocorrendo com Bolsonaro não seja improvável, na verdade, em se tratando de um criminoso sempre foi bastante previsível, é possível fazer uma analogia com o que ocorre no mercado financeiro. Todos os atos e ações de Bolsonaro e aliados são meticulosamente pensados, e estão servindo para testar as instituições até o limite, para saber se são capazes de transpor o que, para esta turma, seria o rubicão, o intransponível, a prisão definitiva em regime fechado de Bolsonaro.

Atualmente, com o apoio explícito do governo Trump, a ousadia da organização criminosa que rodeia Bolsonaro perdeu de vez a vergonha, os escrúpulos e qualquer réstia de moralidade e civilidade que ainda pudessem subsistir em algum participante dela. De certo que Bolsonaro não é burro. É um ser sem escrúpulos, sem moral e sem compaixão, mas burro não é. Daí, é óbvio que sabia que as exposições desrespeitosas às medidas coercitivas impostas contra si do último domingo não resultariam em nada mais do que alguma forma de prisão determinada por Alexandre de Moraes.

A ação deles buscou testar até onde vai a capacidade de o Supremo ter coragem de agir contra um sujeito que tem por trás de si a suposta proteção de alguns militares celerados de alta patente, de um número considerável de pessoas desprovidas de racionalidade que vivem em um mundo a parte, alimentado pelos algoritmos da organização criminosa com a complacência das big techs que têm muito a lucrar com o espalhamento destas loucuras que dão engajamento; e ainda por inúmeros outros criminosos: do agro envenenador, dos garimpos ilegais, dos devastadores de florestas, dos especuladores do mercado financeiro e dos defensores da morte como solução para as questões de segurança. Como se vê, embora correspondam a apenas 12% da sociedade que compõe aquilo que as pesquisas de opinião chamam de bolsonarismo raiz, ainda é muita gente, capaz de fazer muito barulho, e muito estrago, até porque como disse, não há racionalidade dentre a maioria destes.

As reiteradas desobediências às medidas tornou impossível ao STF fazer vistas grossas. O tribunal se desmoralizaria caso não tomasse as medidas determinadas agora, e o bolsonarismo, especialmente a organização criminosa que gravita em torno do ex-presidente, se sentiria mais empoderada para subir o tom dos abusos, como o que se tentou após a prisão domiciliar, quando parlamentares componentes desta gangue tentarem inviabilizar o funcionamento das casas legislativas, sequestrando as mesas diretoras e tentando impor uma paralisia ao Congresso Nacional, justamente em um momento que o país atravessa um duro golpe em sua soberania imposto pelo governo norte-americano que quer com as medidas, além de tentar restituir a vassalagem do Brasil, determinar uma intervenção no judiciário brasileiro para livrar a cara destes criminosos.

A decisão de Alexandre de Moraes evitou uma escalada no teste de estresse que estes facínoras estão impondo às instituições do Brasil. Uma pena que parte da mídia dominante ainda compactua com esta situação ao tentar, por meio de devaneios e delírios interpretativos do ordenamento jurídico brasileiro encontrar excessos nas decisões do ministro do STF. Não se pode esquecer que esta mesma mídia nunca se insurgiu contra a farsa criminosa denominada lava jato, e agora quer fazer crer que diante dos flagrantes delitos de Bolsonaro tudo é normal. Não é normal. O Brasil precisa se livrar desse lixo.

……………………………

Antonio Eustáquio é correspondente de Notibras na Europa

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2025 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.