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Passando a limpo

Ódio, o sentimento mal que precisa ir embora

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Autor/Imagem:
Rafaela Fernanda Lopes - Foto de Arquivo

Eu preciso falar. Porque estou adoecendo. Esse sentimento que antes era desconhecido agora corrói tudo em mim. É como um veneno lento, que se espalha sem que eu saiba como deter.

Estou doente, e não encontro cura. Sinto-me má e impura, como se algo dentro de mim tivesse sido manchado para sempre. Eu nunca tinha odiado alguém. Nunca havia desejado que outra pessoa sofresse como eu estou sofrendo agora. Nunca imaginei que seria capaz de querer que alguém simplesmente nunca tivesse existido.

Mas é isso que tenho sentido. Um ódio tão profundo, tão denso, que me assusta. Eu me sinto suja. Corrompida. Logo eu, que sempre senti demais. Sempre amei demais. Agora carrego dentro de mim um sentimento que me queima, e que eu não sei como arrancar.

Eu não quero ser uma pessoa ruim, mas é exatamente assim que estou me sentindo. Não sinto compaixão pelas lágrimas da pessoa que despertou tudo isso. Pelo contrário: tudo o que sinto é raiva. Vontade de que ele sofra. Que pague. Que desapareça.

Eu estou doente. Não consigo perdoar. Não a ele. Não depois de todo o mal que causou. E o pior é vê-lo seguir impune, aparentemente forte, enquanto eu afundo.

Eu não queria sentir isso. Mas está fora do meu controle.

O que eu faço para me libertar? Tudo o que eu queria era acordar, descobrir que tudo isso era apenas um pesadelo. Mas esse pesadelo não tem fim.

E agora eu só consigo dar um nome a esse sentimento que me domina: ódio. Como me liberto dele, se ele já parece fazer parte de quem eu sou?

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