Há refúgios?
.Entre a pressa e o silêncio da vida moderna que levamos
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Às vezes me pego pensando que a vida moderna é como um trem bala sem freio. E eu estou ali, no vagão, tentando apreciar a paisagem pela janela, mas ela passa rápido demais para que eu realmente veja alguma coisa.
Acordo com o celular me lembrando do que tenho que fazer, passo o dia resolvendo pendências, respondo mensagens, pago contas, cumpro prazos. Parece que a vida virou uma lista interminável de tarefas com check verde.
As ruas estão cheias, mas as pessoas cada vez mais distantes. Todo mundo conectado, mas ninguém realmente presente. A gente troca a conversa pelo áudio, o abraço pela figurinha, o olho no olho pela tela iluminada. E quando sobra um momento de pausa, a gente se sente até desconfortável. Como se não soubesse lmais o que fazer com o próprio silêncio.
Eu me pergunto se, no meio dessa pressa toda, não estamos esquecendo o que dá sentido à vida. Porque viver não deveria ser só cumprir metas, colecionar coisas ou acumular experiências rápidas para postar na rede social. Talvez seja mais sobre sentir o vento, olhar o céu, ouvir uma história sem pressa, preparar um café e esperar ele coar.
No fundo, eu acho que a vida moderna nos deu velocidade, mas tirou a cadência. E é por isso que, cada vez mais, tento encontrar meus pequenos refúgios de calma. Porque, se o mundo insiste em correr, eu insisto em não perder o passo que ainda me permite respirar.