Curta nossa página


Fins de semana

O boteco

Publicado

Autor/Imagem:
Luzia Couto - Foto Francisco Filipino

Na esquina da rua Olhos D’água existia um boteco bem simples, suas paredes estavam desgastadas pelo tempo. Mas era um ponto onde histórias se transformavam em verdadeiras lições de vida. O aroma do café fresco, o cheiro dos petiscos quentinhos, tudo era um convite para uma parada. O boteco recebeu o nome de encontro de amigos.

Ao início de um novo dia, Manoel abria as portas e colocava o café no balcão, onde os fregueses chegavam para experimentar aquela delícia. Aos poucos iam chegando, tomando o cafezinho e comendo o pãozinho caseiro. Havia uma freguesa aposentada muito simpática e bonita, era Marta, que lia um jornal enquanto saboreava aquele café, o Sr. Jorge se sentava ao lado e aproveitava para um dedo de prosa.

Logo saía apressado, pois era mecânico e a oficina estava cheia de trabalho.

Marta continuava ainda tomava mais um cafezinho, depois pegava um pão para sua vizinha.

Assim, a manhã passava, à medida que o sol chegava, o boteco ia enchendo, aí eram risadas, falácias, copos tinindo, pires e xícaras dançando nas mesas. Os petiscos quentinhos eram feitos com todo amor pela Maria, esposa de Manoel, seus salgados de bacalhau e pastéis crocantes eram recomendados por todos da região, Maria tinha mãos de fada na cozinha.

O boteco encontro dos amigos, além de ser um local de comer e beber, era também um refúgio onde pessoas marcavam encontros ao sabor das delícias dali.

Enquanto todos falavam ao mesmo tempo, não existia problema nenhum na memória.

Cada mesa com sua história, com suas personagens.

Às noites dos fins de semana, o boteco virava palco de música, Manoel pegava seu violão, Joaquim trazia seu acordeão e o show começava, aos poucos juntavam as mesas e o pequeno espaço virava pista de dança, enquanto cada um cantava uma melodia, assim, a diversão era garantida. A vizinhança vinha toda para prestigiar os cantores anônimos.

O tempo passava e Manoel seguia firme com seu boteco, cada vez mais recomendado para os visitantes, nunca houve uma briga no ambiente. Assim, Manoel e Maria prosseguiram prosperando, procurando sempre inovar no tratamento aos fregueses que aumentavam, o boteco precisou ser ampliado para melhor comodidade.

A vida lá era melhor, pois ninguém tinha tempo de ficar triste e reclamar da vida.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2025 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.