Ontem e hoje
Não se dá bom dia a cavalo (o ditado ainda em voga)
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Os ditados de nossos antepassados continuam atuais até os dias de hoje, e depois que partirmos, continuarão a servir de norte para aqueles que seguirão nossos passos. Pode parecer à primeira vista que com o tempo esses adágios perdem o sentido, mas na verdade continuam firmes e fortes, mostrando a todas nós porque as vezes falhamos ao tentar nos socializar com os que se encontram a nossa volta…
Embora cada pessoa viva dentro de seu mundinho particular… por mais que desejemos, não fazemos parte do Universo de outra pessoa… no máximo somos toleradas por algum tempo, até que esta se canse de nossa presença e nos convide, gentilmente, a nos retirar… temos necessidade de interagir com estas… é nossa maneira de nos sentirmos vivas…
Gerações não são empecilho para um primeiro contato, uma vez que a idade biológica nada tem a ver com a empatia, quesito importante para um primeiro contato entre estranhos… afinal, se nada tivermos que atraia a atenção de nosso semelhante, dificilmente essa aproximação acontecerá…
Quando conhecemos alguém ou nos identificamos de imediato ou simplesmente antipatizamos com este. Dificilmente nosso primeiro contato passará em brancas nuvens. Não importa em qual ambiente tal ocorreu. Afinal, vivemos em grupos e a identificação com aqueles que fazem parte do mesmo núcleo que nós é algo importante… aliás, é por isso que surgem as famosas “panelinhas”, que nada mais são que a reunião de pessoas com a mesma linha de pensamento…
Esses grupos são formados e nem todos os participantes daquele núcleo social são incluídos nos mesmos. E por que? Simples… por um motivo ou por outro, a linha de pensamento de algumas pessoas não se alinha com as demais. E procuramos sempre nossos iguais… é uma forma de nos proteger contra qualquer tipo de ameaça que possa surgir…
Por mais que digamos que não temos nada contra outros elementos de determinado grupo, visto que a Sociedade é heterogênea, escolhemos a dedo com quem iremos interagir. Porque só conseguimos nos aproximar de nossos iguais. Afinal, a maneira de ver o mundo deve ser semelhante para todos os que nos cercam. De que outra maneira poderíamos nos identificar?…
Dependendo das circunstâncias, até tentamos nos enturmar com elementos que nos são totalmente estranhos. Afinal, só adquirimos conhecimento quando saímos de nossa caixinha… somos como a ostra, fechada em sua concha, mas algumas vezes tentamos sair de nosso cercadinho e ver o mundo através dos olhos de outras pessoas… na maioria das vezes não dá muito certo…
Por mais que tentemos, algumas ideias nos parecem totalmente absurdas. Porque elas não fazem parte de nosso Universo Particular. E por mais que desejemos comprar tal conceito, sempre nos causará estranheza. Porque nossa formação intelectual não compactua com este…
Desde nosso primeiro vagido somos bombardeadas com pre conceitos. Pre porque, na verdade, nada ainda foi definido para nós… nossa educação social começará um pouco mais tarde, mas algumas ideias, alguns conceitos vão sendo inseridos aos poucos. A experiência daqueles que nos cercam em nossos primeiros momentos de vida impactará em nossa formação. E algumas vezes esses conceitos entrarão em choque com nossa psique…
Apesar de não compreendermos muito bem a mecânica de nossa formação, quando aqui chegamos já contamos com uma programação inicial… que irá se desenvolver conforme os anos vão se passando. E o choque entre o que nos apresentam do mundo e aquilo que sentimos em nosso íntimo é de tal forma estrondoso que não raro entramos em parafuso. Porque já nascemos com certas tendências, mas a Sociedade nos prepara para seguir determinado caminho…
Sim, existem divergências entre o que nos é apresentado e o que sentimos. Algumas vezes essa discrepância é tão grande que alguns elementos acabam entrando em depressão. Porque seu núcleo social não aceita que suas ideias sejam postas em prática, pois vão totalmente contra o senso comum. E é esse senso que mantém o grupo unido…
É muito mais confortável excluir de sua rede um elemento que não se enquadra. Porque mantê-lo significa um trabalho hercúleo, onde o ponto principal é tentar entender exatamente em que a diferença de determinada pessoa influenciará na linha de pen-samento do grupo. A hegemonia do mesmo será ameaçada? Como pode ver, não é uma situação tão simples…
Apesar de, a união entre todas as linhas de pensamento é necessária para a evolução de qualquer núcleo social. As divergências devem ser contornadas e cada situação deverá ser vista como uma nova chance de aprender algo novo… agregar conhecimento é realmente importante…
Mas o agente deve tomar cuidado. Falar ao vento em nada auxiliará sua empreitada. Não só não conseguirá disseminar suas ideias, seu conhecimento, como será isolado, com o tempo… porque ninguém realmente ouvirá suas palavras, não considerará seu pensamento. Estará simplesmente pregando no deserto e seus conceitos se perderão pelo espaço sem fim…
No final das contas, “Falar é prata, calar é ouro” ainda está em vigor…