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Marina Dutra

Se você soubesse que o avião vai cair, você embarcaria só porque pagou a passagem?

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Autor/Imagem:
Marina Dutra - Foto Francisco Filipino

Hoje vamos falar sobre o “Avião” que Insistimos em Voar. (Esta matéria não é sobre avião)

Para quem insiste em manter ciclos falidos pela falta de coragem de recomeçar.

Há quem viva anos, até décadas, dentro de um ciclo que já perdeu o sentido. Não porque ainda exista amor, propósito ou satisfação, mas porque falta coragem para recomeçar.

O raciocínio é mais ou menos assim: “Já investi tanto tempo, emoção e energia… não posso simplesmente jogar tudo fora”. Só que, nessa matemática emocional, esquecemos que permanecer também tem um custo e, muitas vezes, esse custo é a própria vida passando sem ser vivida.

Relacionamentos abusivos, empregos que adoecem, projetos que drenam mais do que nutrem… todos eles se sustentam na mesma armadilha: o apego ao já conhecido.

Troca-se a possibilidade de algo melhor pela falsa segurança de saber o que esperar mesmo que o que se espera seja dor, frustração ou desrespeito. E, nessa insistência, você começa a perder a sua identidade.

Vai se moldando para caber;

Vai se silenciando para evitar conflitos;

Vai engolindo sentimentos para não “criar problemas”;

Só que, ao fazer isso, a alma adoece e, cedo ou tarde, essa dor emocional encontra um jeito de gritar no corpo.

No campo psicossomático, conflitos emocionais não resolvidos se transformam em sintomas físicos.

Entre eles:

Problemas na tireoide: por não expressar a própria voz.

Dores nas costas: por carregar pesos e responsabilidades que não são seus.

Gastrite ou azia: por “engolir sapos” e não digerir situações.

Enxaqueca: por viver sob pressão constante, tentando controlar o que não pode.

Doenças autoimunes: quando o corpo começa a atacar a si mesmo, refletindo o quanto você já se voltou contra si.

A falta de coragem para recomeçar não é sinal de fraqueza — é sinal de que o medo ainda comanda a rota.

Medo do vazio: “E se nada melhor vier?”

Medo da culpa: “Desistir é falhar.”

Medo de perder a identidade: “Se não sou mais parte disso, quem sou eu?”

E a ilusão de controle: “Se eu tentar mais um pouco, talvez mude.”

O problema é que o “mais um pouco” se transforma em anos. E os anos viram uma vida. Recomeçar dói, mas ficar onde não serve dói mais ainda, porém essa dor é silenciosa, crônica e disfarçada de costume.

Sair não é desistir. É escolher-se. É ter a ousadia de dizer: “Meu futuro vale mais que o meu passado”.

Recomeçar não é partir do zero. É partir de você.

E tudo o que aprendeu — sobre limites, resiliência e valor próprio — vem junto.

O solo fértil não é o que já pisou. É o que você ousa semear agora.

Então, se ao pensar em permanecer, você percebe que perdeu a paz, a autenticidade ou a esperança… ouça.

Essa é a sua alma pedindo passagem.

Busque apoio. Recomeçar é um processo e você não precisa fazer isso sozinho(a).

……………….

Marina Dutra – Terapeuta integrativa
Perfil: @sersuperconsciente
e-mail: sersuperconsciente@gmail.com

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