Guerra na Ucrânia
Putin de olho em Trump, que recebe Zelensky
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Uma reunião tensa está prestes a ocorrer nesta segunda, 18, na Casa Branca com Volodimyr Zelenskyy e uma delegação europeia diante de um Donald Trump que já sinalizou concessões à Rússia para acabar com a guerra na Ucrânia. O debate é sobre integridade territorial, garantias de segurança e os limites da diplomacia em tempos de guerra.
Na sexta-feira, 15, ocorreu a cúpula Trump–Putin em Anchorage (Alasca), sem a participação da Ucrânia. Não houve acordo formal sobre um cessar-fogo. Trump voltou de lá sugerindo que os contornos da paz giravam em torno de concessões ucranianas, mudando seu tom em relação às posições anteriores mais duras contra a Rússia.
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Na capital dos EUA, Trump se reunirá com Zelenskyy — inicialmente de forma privada — seguido por uma segunda etapa com a presença de líderes europeus: a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o chanceler alemão Friedrich Merz, a presidente italiana Giorgia Meloni, o presidente da Finlândia Alexander Stubb, além do secretário-geral da OTAN Mark Rutte.
Nos dias que antecederam o encontro, Trump intensificou sua pressão sobre Zelenskyy, afirmando em rede social que a Ucrânia poderia “encerrar a guerra quase imediatamente” se desejasse, mas insistiu que Kiev abandonasse as pretensões de recuperar a Crimeia e ingressar na OTAN.
Zelenskyy respondeu com firmeza nas redes, destacando que a paz deve ser “duradoura” e não se repetir os erros vistos após a anexação da Crimeia e a escalada russa na Donbass.
Os líderes europeus viajam em solidariedade com Zelenskyy, buscando reforçar uma posição comum: garantir a integridade territorial da Ucrânia e exigir garantias de segurança firmes como condição para negociar da paz
Há receio crescente de que os EUA, com Trump no comando, possam pressionar por termos favoráveis demais à Rússia — o que deixaria a Europa exposta caso Washington recue no futuro.
Enquanto isso, os ataques russos continuam incessantes: em Kharkiv, drones e mísseis mataram civis, incluindo uma criança, apenas na véspera da reunião — ressaltando a urgência da questão humanitária e militar.
O que está em jogo
Para Zelenskyy: evitar ser isolado; obter garantias concretas e duradouras.
Para a Europa: mostrar unidade e exigir diplomacia que respeite a soberania ucraniana.
Para Trump: consolidar sua própria visão de paz — possivelmente sem concessões a orientação europeia.