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Estrada da glória

Xandão posa, com razão, como próprio super-herói

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Autor/Imagem:
Misael Igreja - Foto de Arquivo

Todo ser humano é necessariamente o herói da própria história de vida. Às vezes, cada um de nós precisa ter força para superar os obstáculos que nos são impostos. Vencê-los sem demagogia, com transparência, justiça e, principalmente, com isenção é o que transforma qualquer homem em super-herói. Seria o caso do ministro Alexandre de Moraes, relator no STF do processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu? Contra todos os alienados, obcecados, esquisitos e perversos seguidores da seita bolsonarista, acho que sim. Na verdade, tenho certeza.

Alçado à condição de xerife contra a trama golpista que quase devolveu o Brasil à escuridão, Alexandre de Moraes, como cidadão imperfeito, deve ter alguns ou vários defeitos. No entanto, aproveito a oportunidade para perguntar aos fanáticos, negacionistas e defensores do golpe qual foi o erro do ministro ao longo de todo o processo investigativo a respeito da proposta de insurreição liderada por Jair Bolsonaro? Vou mais longe e gostaria de saber se alguém, sem paixões, tem conhecimento de alguma falha média ou grave de Moraes durante sua extensa vida pública.

Acho difícil, pois, caso tivessem, seu nome jamais teria sido aprovado pelo multipartidário Senado Federal. Como os doentes não raciocinam, a pergunta já teve uma série de respostas vagas, ilógicas, injustas e tirânicas. É a tal da vida exatamente como ela é. Nem mais e nem menos. A exemplo do que vem ocorrendo no Brasil desde outubro de 2022, quando a derrota do bolsonarismo se desenhou, ela (a vida) tem histórias de ciúme, obsessão, dilemas morais, inveja incontida, rancores, derrotas indesejáveis e muitos desejos desgovernados.

Ainda sobre as respostas, para as pessoas de bem, da paz e do amor, Alexandre de Moraes lembra um daqueles heróis dos filmes japoneses. Em contrapartida, para os amantes do caos, do ódio e da desgraça, ele é o pior dos conhecidos vilões americanos. Para sorte da maioria, ele pelo menos não foi uma das vítimas dos fanáticos e loucos golpistas. Estava na pré-lista dos “morríveis” denominados comunistas por aqueles que, despreparados para a vida, não souberam conviver com a derrota política.

Hoje, após mais de dois anos após a fracassada tentativa de minar a democracia, os brasileiros menos radicais podem dizer que Moraes se transformou em seu próprio super-herói. E sem a necessidade de trocar a toga por capas coloridas ou de recorrer a Deus em busca de superpoderes. Bastaram ao ministro a experiência como magistrado e a certeza da necessidade de, como cidadão, ajudar a combater o golpismo, considerado um dos maiores e mais hediondos crimes contra a Constituição e, por extensão, contra a democracia.

Silenciosamente, Alexandre de Moraes agiu como o herói que faz o que pode e o que muitos não têm coragem de fazer. Não à toa, sua decisão de impor tornozeleira eletrônica a Bolsonaro foi aprovada por 51% dos entrevistados em recente pesquisa do Datafolha. Na mesma consulta, 53% dos brasileiros aprovam as ações do ministro. Ou seja, herói ou anti-herói, ele caminha pelo Brasil inteiro com a cabeça erguida, com a certeza de que o bem é a estrada da glória. Está chegando a hora em que será selado o destino de Bolsonaro. Que vença a verdade.

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Misael Igreja é analista de Notibras para assuntos políticos, econômicos e sociais

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