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Orelha de vaca

Na política e na vida, poucos querem ter por perto a onça pintada e os tiranos

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Autor/Imagem:
Sonja Tavares - Foto Editoria de Imagem/IA

Cidadã do bem, mulher com algum discernimento e muita tolerância para conviver com as adversidades e, principalmente, com os diferentes, peco por ainda não ter conseguido engolir os perversos e os de péssima conduta moral, social e política. Não necessariamente nessa ordem, confesso minhas consolidadas dificuldades para vislumbrar alguma coisa de bom – ou de útil – em pessoas como Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Donald Trump, Vladimir Putin, Benjamin Netanyahu, Valdemar Costa Neto, Ronaldo Caiado e Sóstenes Cavalcanti, atual líder do PL na Câmara dos Deputados.

Todos são políticos conhecidos, mas com pouco reconhecimento da maioria da sociedade que governam. Como pessoas que influenciam ou influenciaram a maneira como a população é governada, eles, infelizmente, se adequam à máxima de Nelson Rodrigues, para quem ninguém faz política com bons sentimentos. No caso deles, o pior são os erros que cometem diariamente. Nada de extraordinário em se tratando de políticos sem qualquer intimidade com os eleitores e nenhuma empatia com a pluralidade da sociedade.

O problema é que, longe de entenderem que errar é humano, preferem se utilizar da política de culpar os outros. Não tive e jamais terei o desprazer de votar em nenhum deles. Não tenho opinião formada em relação à morte, mas, sinceramente, acho que morrer queimada deve ser bem melhor. Juntos ou separados, são tiranos, megalomaníacos, soberbos, arrogantes e loucos pelo poder. Eles lembram as sogras ou a nossa onça pintada. Muitos falam bem delas, mas, com exceção dos iguais ou dos mentirosos de ocasião, conheço poucos que gostariam de tê-las por perto.

Aliás, com todo respeito, os citados políticos, a sogra e certamente a onça pintada são iguais a peido. Bastam dois dias de contato e já estragam o ambiente. Por isso, embora fale muito deles e delas, minha primeira e última opção é mantê-los sempre desviados do meu caminho. Nascida na Era de Aquarius, sob o signo de Virgem, fui criada para ser o início, o fim e o meio. Portanto, apesar da obrigação profissional, sinto calafrios só de imaginá-los me “pedindo” para fazer o que não quero. E o que dizer do fato de ser governada por eles?

Como não há convivência alguma com qualquer um deles, não os considero inimigos, mas reclamo acintosamente quando pensam em me fazer de instrumento. Resumindo, esse tipo de político faz parte dos dois segmentos de pessoas das quais só quero distância: as que ignoro a existência e as que morrerão sem que eu acredite em nenhuma de suas verdades. Se, em lugar de oito, fossem somente dois, com certeza evitaria ambos.

Pedindo vênias aos que namoram e se casam pelas redes sociais, penso que, sem exceção e sem margem de erro, devo igualar os moços do primeiro parágrafo a um namoro à distância. Esse modelo de conexão amorosa normalmente é comparado a uma relação orelha de vaca, isto é, perto do chifre e longe do rabo. Como há quem aprecie, vale a pena lembrar aos que acreditam em tudo que na política não há amigos, mas conspiradores que se unem eventualmente. Donald Trump, Eduardo e Jair Bolsonaro que o digam. Por tudo isso, mantenho a convicção de que os políticos são o que há de pior na lista de coisas negativas da política.

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Sonja Tavares é Editora de Política de Notibras

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