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Armação ilimitada

Destino da anistia a Bolsonaro é o arquivo morto do STF

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Autor/Imagem:
Mathuzalém Jr - Foto de Arquivo

Craque na arte de enganar o povo, boa parte dos deputados e senadores da atual legislatura vem superando todas as expectativas da enganação. Alcançados pelos mais graves sintomas de abstinência de inteligência e sensatez, os parlamentares vinculados ao bolsonarismo alcançaram o mais alto grau de confusão mental, algo bem próximo do delirium tremens. Quase sem exceção, as excelências que sonham com a tirania estão com dificuldades no processamento de informações, o que parece ter prejudicado funções como o raciocínio, a memória e o juízo.

Talvez não seja um problema psiquiátrico, mas exclusivamente de uma nova estratégia golpista. Tomara que seus eleitores, pelo menos os que ainda dispõem de cérebro cognitivo, consigam acalmá-los e, quem sabe, trazê-los de volta à terra. O fato é que a súcia denominada congressista decidiu mentir de vez para o eleitorado e para si mesma. Incitando o delírio dissonante dos brasileiros que se mantêm fanáticos pelo mito, as lideranças da direita e da extrema-direita agora prometem a salvação de Jair Bolsonaro e de todos os que tentaram golpear a nação.

Promessa que também não será cumprida. Golpe do golpe, a anistia a Bolsonaro já tem  destino definido no STF: o arquivo morto. Ilimitada, a imaginária armação dos bolsonaristas esbarra na realidade. Excetuando a inércia e a incapacidade dos boçais, os menos desinteligentes da Câmara e do Senado sabem que não há hipótese de Jair Bolsonaro ser anistiado. Todos já foram avisados, mas continuam fazendo ouvidos moucos. Além de, criminosamente, jogar para a plateia desavisada, os camaradas do mal buscam argumentos fuleiros e ultrapassados para, mais tarde, acusarem o Supremo Tribunal Federal de extrapolar suas funções.

Não há na Constituição de Ulysses Guimarães uma única vírgula ou circunflexo que possa gerar dúvida a respeito da anistia que eles defendem. Em outras palavras, não há previsão legal para indulto beneficiando agentes de Estado que atentem contra a democracia. É o caso de Jair Bolsonaro e dos demais réus do chamado núcleo duro do golpe. À época, todos representavam o Estado brasileiro. Portanto, aprovem a anistia e o STF a reprovará. Será o fim do transe coletivo criado a partir do sonho amarelo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Desde os primeiros passos dos bolsonaristas incitando o povo a lutar pela anistia dos golpistas, incluindo a dos terroristas de 8 de janeiro de 2013, ministros do STF e renomados juristas não se cansam de informar que o buraco é mais embaixo, bem mais embaixo. Na verdade, é simples para quem fala a verdade. Entretanto, os mentirosos sempre imaginam uma brecha capaz de sustentar suas mentiras. É o caso do conceito de anistia inventado pelos bolsonaristas para salvar Jair Bolsonaro da prisão. Queiram ou não, o texto constitucional é cristalino: crime contra o Estado não é passível de anistia. E daí se os bolsonaristas querem entender de forma contrária?

Que entendam como quiserem! O mínimo que se espera deles é que, revogada a lei, tenham coragem de explicar a seus eleitores de quem foi o erro. Como eles não são capazes disso, fica valendo o recado do ministro Alexandre de Moraes na abertura do julgamento: não confundam pacificação com impunidade. Obviamente que as excelências da borduna continuarão encenando. O que eles não devem esquecer é que, em 2023, o mesmo STF invalidou uma tentativa de perdão de Bolsonaro ao ex-deputado Daniel Silveira. Chegou a vez do ex-presidente não ser perdoado. Com ou sem pressão, com ou sem histerismo, ele será condenado e preso. Eventual mudança só após 2026. Isso se eles vencerem a eleição. Simples assim.

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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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