Revolucionário da moda
Morre Armani, estilista de 10 de cada 10 famosos
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O mundo da moda, das ruas silenciosas de Milão aos salões luminosos do tapete-vermelho, perdeu nesta quinta, 4, um de seus maiores ícones. Giorgio Armani partiu serenamente aos 91 anos, rodeado pelos que amava, deixando um legado tão elegante quanto atemporal.
Armani não foi apenas um estilista: foi um arquiteto de elegância. Com maestria transformou a rigidez dos ternos tradicionais em arte leve e fluida. Suas criações desconstruídas – despojadas dos enchimentos rígidos – revelavam corpos com graça e poder, ressignificando o olhar sobre o vestir masculino e feminino.
Chamado carinhosamente de “Re Giorgio”, ele comandou seu império com rigor moral e visão estratégica: manteve-se sempre no controle total, recusando-se a submeter sua empresa a conglomerados . Sua marca, fundada em 1975, cresceu de coleção em coleção até se tornar um império global de luxo — moda, hotéis, decoração, gastronomia, perfumes, cultura e lifestyle .
Milão, sua eterna musa, não perdeu apenas um estilista ou empresário; perdeu um embaixador. Armani estava presente nos bastidores da cidade em prol da cultura, do social, da moda – um visionário inspirado pela curiosidade e pela atenção ao presente e às pessoas.
No Brasil, nos Estados Unidos, em Hollywood, nas passarelas e red carpets, suas roupas e traços marcaram gerações. Desde Richard Gere em American Gigolo, passando por estrelas como Lady Gaga, Julia Roberts, Diane Keaton, Cate Blanchett — seus designs eram sinônimos de elegância e sobriedade.
Mas Armani foi além do glamour. Foi doador generoso em momentos de crise, convertendo fábricas para produzir uniformes médicos e apoiando hospitais na pandemia.. E fez isso com a mesma intimidade que imprimia em seus cortes: respeito pela matéria, pelo corpo humano e pela vida.
Ele sonhou com roupas para pessoas reais — criações práticas, duráveis e que não envelhecem, capazes de contar histórias sem palavras. E, com essa filosofia, sua estética tornou-se símbolo universal de modernidade e sobriedade.
A partir deste sábado (6 de setembro), será instalada em Milão, no Armani/Teatro, uma câmara ardente aberta ao público — um espaço para que admiradores contemplem e celebrem sua trajetória. O funeral, por sua expressão de vontade, será reservado, íntimo, como a elegância discreta de suas próprias criações.
Armani partiu, mas o mundo carregará sua memória em formas fluidas, cortes sofisticados e um ideal de moda que transcende vaidade e consumo — uma moda ética, poética, sincera. E, como ele próprio disse certa vez: que seu nome seja lembrado não apenas por roupas, mas por uma forma de viver. É assim que nos despedimos — com gratidão por um legado que será eterno.
