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Caça às bruxas

Bruxaria e Inquisição na Idade Medieval, onde reinavam medo e poder

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Autor/Imagem:
Paulus Bakokebas - Foto Editoria de Artes/IA

A Idade Medieval foi palco de um dos capítulos mais obscuros da história europeia: a perseguição às chamadas “bruxas”. Sob a influência da Igreja e de autoridades civis, a bruxaria deixou de ser vista como superstição popular para ser enquadrada como crime contra a fé, passível de punições severas.

Embora crenças mágicas e práticas de feitiçaria já existissem desde a Antiguidade, foi na Idade Média que elas passaram a ser associadas diretamente ao demônio. Textos religiosos e jurídicos, como o famoso Malleus Maleficarum (O Martelo das Feiticeiras), publicado em 1486, serviram de base para legitimar caçadas, torturas e execuções.

As vítimas eram, em sua maioria, mulheres marginalizadas — viúvas, curandeiras ou simplesmente aquelas que destoavam do padrão social e religioso vigente. Acusadas de pactos com o diabo, elas eram julgadas em tribunais inquisitoriais, onde a confissão arrancada sob tortura servia como prova definitiva de culpa.

O papel da Inquisição foi crucial nesse processo. Criada para combater heresias, a instituição encontrou na bruxaria um campo fértil de atuação, reforçando o poder da Igreja e disciplinando a sociedade pelo medo. Estima-se que dezenas de milhares de pessoas tenham sido condenadas à morte, muitas delas queimadas vivas em praças públicas, sob o olhar de multidões.

Hoje, ao revisitar esse período, é possível compreender que a “caça às bruxas” foi mais do que uma simples histeria coletiva: tratou-se de um instrumento político e religioso de controle social. A bruxaria, transformada em inimiga da fé, tornou-se a justificativa perfeita para silenciar dissidentes e eliminar os que não se encaixavam na ordem estabelecida.

Assim, o fogo que consumiu as supostas feiticeiras da Idade Medieval ilumina, até hoje, a necessidade de vigilância contra toda forma de intolerância, perseguição e manipulação ideológica.

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