Derrota do povo
Centrão e direita afagam umbigo e deixam cofres da União vazios
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Todo mundo sabe que a direita e o Centrão só pensam em poder, eleições e dinheiro. Mas ontem isso ficou escancarado. Os deputados simplesmente retiraram da pauta a votação da medida provisória que previa a cobrança de impostos sobre casas de apostas, bilionários e bancos. Ou seja, tiraram do caminho justamente uma proposta que faria os mais ricos contribuírem um pouco mais com o país.
Na prática, foi uma manobra para impor uma derrota ao governo e criar as condições para um ajuste fiscal no ano que vem, que, não por acaso, é ano eleitoral.
Mais uma vez, os deputados da direita e do Centrão colocaram seus interesses eleitorais acima dos interesses do povo brasileiro. Está cada vez mais evidente que essa turma não tem qualquer compromisso com o país, com o combate à desigualdade ou com o fortalecimento das políticas públicas. Tudo gira em torno de cálculo político e sobrevivência eleitoral.
Os interesses estão tão descaradamente expostos, que o próprio governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que já se movimenta como pré-candidato à presidência, articulou junto aos líderes partidários para prejudicar o governo federal. Tarcísio até tentou negar, mas o líder do PL, Sostenes Cavalcante, não deixou dúvidas: agradeceu publicamente ao governador na tribuna pelo apoio para derrotar o governo.
No fim das contas, quem perde é o país.
Quem perde é o povo.
O rico continua protegido, sem pagar imposto, enquanto a população mais pobre segue arcando com o peso de um Estado que insiste em poupar os poderosos e cobrar dos que menos têm.
E é por isso que, cada vez mais, fica claro: o problema do Brasil não é falta de dinheiro, é falta de vergonha e de compromisso com o bem comum.