Trump cancela cúpula com Putin e Kremlin vê no gesto ‘ato de guerra’

O presidente norte-americano Donald Trump lançou um “ato de guerra” contra a Rússia com novas sanções às suas maiores empresas de petróleo e o cancelamento de uma cúpula proposta com seu homólogo russo Vladimir Putin. Foi o que revelou nesta quinta, 23, Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa e ex-presidente do país.

Em uma postagem no Telegram, Medvedev foi enfático: “Se algum dos muitos comentaristas ainda tinha ilusões — aqui está. Os EUA são nossos inimigos, e seu ‘pacificador’ tagarela agora está a caminho da guerra com a Rússia”.

Trump se posicionou como um “pacificador”, determinado a adicionar a guerra na Ucrânia à sua lista de conflitos que agora contam com acordos de cessar-fogo ou paz. Mas, em uma ação surpreendente na quarta-feira, a Casa Branca anunciou sanções às duas maiores petrolíferas russas — Rosneft e Lukoil — em uma tentativa de pressionar Moscou a se sentar à mesa de negociações.

A Ucrânia também tem como alvo a poderosa indústria petrolífera russa, numa tentativa de cortar o acesso do Kremlin a fontes vitais de renda que sustentam seu esforço de guerra. Enquanto isso, o Reino Unido impôs sanções às duas grandes petrolíferas na semana passada, alegando que a Rosneft sozinha produzia quase metade de todo o petróleo russo.

Medvedev é conhecido por suas declarações contundentes nas redes sociais, incluindo aquelas dirigidas a Trump. “Sim, ele nem sempre luta ativamente ao lado da Kiev banderista, mas este conflito agora é dele, não do senil Biden!”, disse Medvedev. O termo “banderista” refere-se ao controverso nacionalista ucraniano antissoviético da Segunda Guerra Mundial, Stepan Bandera.

“É claro que dirão que ele não poderia ter agido de outra forma, que foi pressionado pelo Congresso, etc.”, acrescentou Medvedev. “Isso não muda o ponto principal: as decisões tomadas são um ato de guerra contra a Rússia. E agora Trump se aliou totalmente à Europa insana.”