Raios e trovões
Marido quando é bom de cama dorme pesado como um urso hibernando
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Meu marido, o escritor Eduardo Martínez, tem um talento incomum que me deixa, eu confesso, com certa inveja: ele dorme quando quer, onde quer e como quer. Simplesmente fecha os olhos e pronto, desliga-se do mundo.
Pode ser na cama, no sofá, no chão da sala, dentro do carro, com barulho da televisão ou até com a furadeira do vizinho em pleno funcionamento. Enquanto eu fico rolando de um lado pro outro, ensaiando técnicas de respiração, contagem regressiva e meditação guiada, ele já está sonhando em três segundos, num sono digno de comercial de colchão.
E não é só a facilidade pra dormir, não. Ele tem um sono pesado, de fazer inveja a qualquer urso em hibernação. Se o prédio inteiro estiver evacuando por causa de um alarme de incêndio, é capaz de ele sonhar que está num spa ouvindo uma musiquinha relaxante. E parece piada, mas essa parte do incêndio já aconteceu de verdade.
Às vezes, fico olhando pra ele e penso: será que existe algum curso pra aprender isso? Alguma técnica secreta que só alguns escolhidos dominam? Porque, sinceramente, dormir assim é um privilégio. E, no fundo, eu sei: Deus tem seus favoritos.