Guerra eletrônica
Justiça Eleitoral pronta para conter os antidemocratas
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Conhecidas como as grandes eleitoras da direita e da extrema-direita em 2018 e em 2022, as fake news se mantiveram como principais ferramentas desses dois segmentos políticos no trabalho da desinformação. Embora tenham poucas chances de voltar ao Palácio do Planalto, as lideranças do conservadorismo arcaico farão de tudo para tumultuar as eleições gerais de 2026. A ideia é testar a democracia e, ao mesmo tempo, garantir expressivas bancadas antidemocráticas na Câmara e no Senado Federal.
Na guerra contra a manipulação de dados e dos discursos que possam prejudicar o processo democrático, há um elemento novo no cenário digital e no contexto eleitoral. Trata-se do avanço da Inteligência Artificial, técnica que certamente será utilizada de forma a interferir no pleito muito mais do que há quatro ou há sete anos. Além da IA, os criminosos cibernéticos a serviço da extrema-direita também se utilizarão das “deepfakes”, que é a técnica de manipulação de imagens e sons com inteligência artificial.
Conforme especialistas em segurança de dados, muito mais do que para presidente da República, o combate à IA deverá ser mais ostensivo na eleição parlamentar, considerando que, sem Jair Bolsonaro e sua máquina doentia, a renovação do Congresso Nacional será significativa. Ainda não há estatística disponível acerca das mudanças na Câmara. Por enquanto, os olhos das principais lideranças políticas estão voltados para o Senado, onde 54 cadeiras poderão ser renovadas, sendo duas por cada unidade federativa. Os demais 27 senadores têm mais quatro anos de mandato.
Entre os que provavelmente terão de voltar para casa, o destaque é para o senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos líderes do Centrão e figura carimbada nos governos de Lula, de Dilma e de Bolsonaro. Como contra os fatos não há fakes, a Justiça Eleitoral vem se cercando de todos os mecanismos capazes de combater os agentes da desinformação. Hoje em dia, está provado que é possível colocar palavras na boca de qualquer um. Por isso, paralelamente aos antídotos do TSE e dos TREs no controle da bandidagem eletrônica, o eleitor precisa fazer sua parte.
O primeiro passo é se blindar e seguir somente perfis e veículos confiáveis. Depois, é fundamental verificar a veracidade de uma ou de outra postagem, assim como dos vídeos eventualmente recebidos em grupos de mensagens e afins. Desde o início do ano, o trabalho preventivo dos tribunais inclui cartilhas, campanhas educacionais nas redes sociais e nas instituições de ensino e acordos com big techs e agências de checagem. A ordem é alertar o eleitor, principalmente os idosos, para desconfiar de tudo que for realista demais.
A menos de um ano das eleições gerais de 2026, ministros, desembargadores, técnicos e servidores de todos os tribunais eleitorais estão envolvidos até o pescoço na missão de proteger a livre escolha do cidadão, a partir de um convencimento pautado em informações reais e sem distorções. Mais do que trabalhar para conter os criminosos, a intenção da Justiça Eleitoral é puni-los com rigor. Os primeiros sentenciados foram conhecidos na última terça-feira (21), quando, por maioria de votos, a 1ª. Turma do Supremo Tribunal Federal condenou sete réus que usaram a estrutura do governo para espalhar informações falsas e desacreditar o processo eleitoral com o objetivo de manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder. Ele perdeu e perderão todos que insistirem em arrastar o Brasil para o buraco negro da ditadura.