Sexo passageiro
Desculpe, Rita, mas amor é renovação diária e não um mero prêmio de loteria
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Uma das músicas de Rita Lee diz que “sexo é escolha, amor é sorte”. Reconheço toda a genialidade da cantora, sua inteligência afiada e seu olhar sobre a vida e os afetos, mas confesso que nunca consegui concordar com essa frase. Amor, para mim, não é sorte. Não é algo que simplesmente cai no colo de alguém, como um prêmio de loteria. Amor é decisão. É um gesto que se renova a cada dia, uma escolha consciente de permanecer, de cuidar, de tentar entender o outro mesmo quando tudo parece mais difícil.
Nos relacionamentos, é sempre mais fácil ir embora. Basta um desentendimento, uma frustração, um momento de cansaço. As vezes a saída parece tentadora. Mas ficar exige coragem. Amar, de verdade, é escolher o perdão quando o orgulho grita, é preferir o diálogo ao silêncio, é reconhecer que ninguém é perfeito, nem o outro, nem a gente.
Por isso, acredito que o amor não é uma questão de sorte, mas de vontade. É uma construção feita de gestos simples e decisões diárias. Amar é optar por continuar, mesmo quando seria mais fácil desistir. E talvez seja exatamente aí, nesse esforço humano de permanecer, que o amor se torna algo extraordinário.