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Dia dos Finados

Homenagem aos vivos, que seguem tentando respirar em meio à ausência

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Autor/Imagem:
@donairene13 - Foto Produção Editoria de Artes/IA

Neste Dia dos Finados, quero fazer uma homenagem diferente.

Não apenas aos que já partiram, mas também, e talvez principalmente, aos que ficaram.

Aos que seguem tentando respirar em meio à ausência.

Ao jovem que perdeu um irmão ou uma irmã para a depressão e carrega a culpa injusta de achar que poderia ter feito mais.

À filha que ainda sente o perfume da mãe, que partiu cedo demais por alguma doença cruel e inexplicável.

À mãe que viu seu filho morrer no incêndio da Boate Kiss e, mesmo com o coração despedaçado, transformou sua dor em luta por justiça.

E a todos que perderam alguém na recente e desastrosa operação policial no Rio. Vidas ceifadas por uma violência que não deveria mais fazer parte do nosso cotidiano.

Quero lembrar também das mães que tiveram que se despedir dos filhos antes mesmo que nascessem, ou logo após virem ao mundo.

Dessas mães que conheceram o amor e a perda quase ao mesmo tempo, que sonharam com o primeiro choro, mas ouviram o silêncio.

O amor delas é uma prece que atravessa o tempo, que não precisa de corpo para existir, porque já se fez eterno no instante em que foi sentido.

Hoje, minha homenagem é a todos que já perderam alguém que amavam, que choram em silêncio, aos que seguem firmes, aos que tentam encontrar sentido em meio ao vazio.

Que este dia seja, de alguma forma, um abraço. Que cada lembrança traga não apenas tristeza, mas também a certeza de que o amor sobrevive à morte e é ele que nos mantém de pé.

Que todos encontrem, neste dia, algum conforto, ainda que breve.

Porque lembrar é também um modo de continuar amando.

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