Sergipe
Cadeia produtiva de mel está em alerta com proximidade de praga
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A cadeia produtiva do mel em Sergipe está em alerta após a confirmação da presença do Pequeno Besouro das Colmeias (Aethina tumida) em municípios da Bahia próximos à divisa com o estado. A praga, considerada uma das mais graves ameaças à apicultura mundial, foi detectada recentemente nas cidades baianas de Conde e Jandaíra, o que acendeu o sinal de preocupação entre produtores sergipanos e órgãos de defesa sanitária.
De acordo com a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), equipes técnicas estão monitorando as áreas de risco e orientando apicultores sobre as medidas preventivas. O besouro, originário da África, se alimenta de mel, pólen e crias das abelhas, causando fermentação do mel, destruição dos favos e até o abandono das colmeias.
A apicultura é uma atividade em expansão em Sergipe e tem papel fundamental tanto na economia quanto na preservação ambiental. O estado produz, em média, 160 toneladas de mel por ano, com potencial para chegar a 250 toneladas. A produção está distribuída em diversas regiões, com destaque para o Alto Sertão e o Agreste, onde a criação de abelhas é fonte importante de renda para pequenos produtores.
Segundo técnicos da Emdagro, o avanço da praga poderia gerar impactos econômicos expressivos. Além da perda direta na produção de mel, a presença do besouro compromete a qualidade do produto e afeta a polinização de plantas agrícolas e silvestres, prejudicando o equilíbrio ambiental.
Sem um tratamento químico eficaz e autorizado no Brasil, o controle do Pequeno Besouro das Colmeias depende de ações de vigilância e boas práticas de manejo. Entre as recomendações da Emdagro, estão:
•Manter colmeias fortes, bem vedadas e sem espaços que facilitem o abrigo da praga;
•Processar o mel rapidamente, evitando o acúmulo de favos ou resíduos que atraiam o inseto;
•Observar sinais de infestação, como besouros escuros e pequenos dentro das colmeias, larvas em movimento e cheiro de fermentação no mel;
•Comunicar imediatamente qualquer suspeita aos técnicos da Emdagro, pelo WhatsApp (79) 9 9982-3828.
Mobilização no campo
A instituição também está promovendo visitas a apiários e campanhas educativas para orientar os apicultores sobre o risco da praga. O foco é impedir a entrada e disseminação do besouro em território sergipano.
De acordo com o presidente da Emdagro, Jefferson Feitosa, o trabalho de vigilância é constante: “Estamos em contato com os produtores e com os órgãos da Bahia para acompanhar o avanço da praga. Nosso objetivo é agir de forma preventiva, evitando prejuízos à apicultura sergipana.”
Além do monitoramento, associações de apicultores e instituições como o SENAR e o Sebrae reforçam a importância da capacitação e da adoção de práticas seguras de manejo, como o uso de armadilhas e inspeções periódicas das colmeias.
Caso a praga chegue a Sergipe, os impactos podem ser severos: perda de produtividade, aumento de custos de manejo e risco de inviabilização da produção em pequenas propriedades. Por isso, o trabalho conjunto entre produtores, governo e entidades de classe é considerado essencial.
“A apicultura sergipana é símbolo de sustentabilidade e geração de renda. Precisamos proteger essa cadeia produtiva, que é estratégica para o meio ambiente e para o interior do estado”, reforçou Feitosa.
Até o momento, não há registro da presença do besouro, mas o Estado permanece em alerta máximo. A Emdagro segue realizando fiscalizações e orientando apicultores sobre como agir em caso de suspeita. O desafio agora é manter a vigilância e fortalecer a produção com base em conhecimento técnico e práticas sustentáveis.