Estratégia obtusa
Bolsonarista que cospe para cima pode ser atingido pela própria saliva
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Bolsonarismo e valores democráticos e sociais definitivamente não combinam. Demagogicamente populistas, os representantes da falida seita primam pelo oportunismo. Criadores de reflexões que eles mesmos não sustentam, nunca soube ou vi um deles defender ideias de interesse da nação ou do povo. Craques em oportunidades vantajosas, raramente se movem por princípios. Preferem seguir o vento que sopra na direção dos benefícios pessoais. Que o diga o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) que transformou o gabinete em cabide de empregos familiares.
De uma só tacada, o moço acima de qualquer suspeita empregou a companheira, a cunhada e dois concunhados. Tudo na cota do Partido das Lágrimas, mas na conta da contribuinte. Nada de anormal em se tratando do PL. O coronel da lambança se soma àqueles que adoram dizer que ladrões e afanadores de recursos públicos são sinônimos de petistas. O tal Chrisóstomo é a prova materializada de que quem cospe para cima assume o risco de cuspir na própria cara. Às gargalhadas, eu diria que coronel bolsonarista incomoda muita gente, mas vários soldados bolsonaristas pregando ao mundo que são modelos de honestidade incomodam muito mais.
Com todo respeito ao posicionamento ideológico dos lacaios do ex-presidente Jair Messias, me apontem uma grande obra, um grande feito, uma decisão de alcance nacional do mito ou de seus seguidores na Câmara e no Senado Federal. Eu desconheço. Sem a necessidade de detalhar a ineficácia da gestão do Bozo, sugiro que seus “acompanhantes”, sem emoções ou cretinices, façam um comparativo do antes e do agora. Perdoem-me a franqueza. Não há termo de comparação. Mesmo apinhado de “comunistas”, o Brasil mudou para melhor.
Só para citar um exemplo, os pobres não são mais ameaçados de extermínio. Pelo contrário. Viraram cidadãos iguais aos acomodados da elite. Também vale registrar que não há mais o imediatismo do golpe. Não sei até quando, mas essa hipótese hoje é quase inexistente. Mesmo com a série de percalços, direita e esquerda vão se engolindo. O que não vale mais é dizer que só Lula é ladrão. Ainda há erros, mas, diante do volume de acertos, a desculpa contra Luiz Inácio perdeu o objeto.
Lembro que falar por falar expressa desequilíbrio. Os perdedores normalmente procuram desculpas, culpados e argumentos, mas nunca admitem o fato de que erraram. Eles deveriam saber que errar não é sinônimo de fracasso. Pelo contrário. Faz parte do aprendizado. Não fizeram nada em favor do país e de seu povo, mas criaram – e mantêm – uma onda contra a esquerda, contra os supostos comunistas e, principalmente, contra o presidente eleito.
É a estratégia dos obtusos, ignorantes e desinteligentes. Os extremistas da Alemanha, do Brasil, de Israel, da Hungria, da Venezuela e da Nicarágua, entre outros, deveriam ser informados de que a grandeza de nunca se achar grande é uma das maiores definidoras do caráter humano. A sabedoria dos homens é saber falar com foco. Isto os bolsonaristas e seus simpatizantes ainda não têm.
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Sonja Tavares é Editora de Política de Notibras