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Consciência

O que os Erros Revelam

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Autor/Imagem:
Emanuelle Nascimento - Foto Francisco Filipino

Erros são dolorosos ninguém duvida disso. Mas, por mais que a gente tente escapar deles, são o único jeito real de descobrir quem realmente somos. É estranho admitir, mas crescemos mais tropeçando do que acertando, mais quebrando do que vencendo, mais nos decepcionando do que celebrando.

Durante muito tempo fomos ensinados a temer o erro. A escondê-lo. A nos culpar pelo que não deu certo. A acreditar que falhar era sinônimo de fraqueza, e que só os fortes acertavam o tempo inteiro. Mas a vida, teimosa como é, nos mostra o contrário: ninguém se encontra dentro da perfeição.

É no fracasso que nasce a consciência. É no tropeço que nasce a humildade. É na queda que nasce a força.

Os erros revelam aquilo que tentamos esconder de nós mesmos. Mostram nossos limites, nossas feridas, nossos impulsos, nossos medos antigos. E, ao mesmo tempo, revelam nossa resiliência, nossa coragem silenciosa, nossa capacidade de recomeçar mesmo quando o mundo inteiro acredita que não vamos aguentar.

É fácil amar a vida quando ela está funcionando. Difícil é continuar acreditando quando tudo falha. Difícil é olhar para o estrago e dizer: ainda posso reconstruir. Mas é nesse ponto justo nesse que descobrimos quem somos de verdade.

Porque os erros nos obrigam a repensar rotas, rever vínculos, refazer escolhas. Nos tiram das narrativas prontas, dos caminhos automáticos, das ilusões confortáveis. Nos mostram a verdade sobre as pessoas, e sobretudo, sobre nós.

É na dor que percebemos o que não queremos mais aceitar. É no arrependimento que entendemos que merecemos mais. É na falha que descobrimos que estamos vivos e que temos a chance de fazer diferente.

E quando finalmente paramos de nos punir e começamos a nos compreender, algo profundo acontece: a culpa dá lugar à clareza, e o medo dá lugar à maturidade.

Descobrimos que os erros não nos definem, mas nos revelam. Que não nos diminuem, mas nos lapidam. Que não nos condenam, mas nos preparam para o que vem depois.

No fim das contas, a vida não exige perfeição. Exige coragem. Coragem de tentar, de errar, de aprender, de continuar.

E é por isso que, mesmo doendo, agradecemos cada falha. Porque foi nelas que deixamos de ser quem éramos e começamos a nos tornar quem sempre fomos capazes de ser.

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