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O caos

A direita vai tentar se descolar da imagem do presidiário

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@donairene13 - Foto da Internet

Nos últimos dias, alguém me perguntou quem eu acho que vai ocupar o lugar de Bolsonaro agora que ele está preso. Não tenho a menor pretensão de construir cenários mirabolantes nem de prever desfechos possíveis. O que posso dizer é apenas o que já está acontecendo diante dos nossos olhos.

De agora em diante, muita gente da direita vai tentar se descolar da imagem de Bolsonaro. Não fica bem defender alguém que está preso, ainda mais quando a prisão veio logo depois de uma tentativa de violar a tornozeleira eletrônica, um ato que, para boa parte do país, soou como tentativa de fuga. É um desgaste enorme, um peso político difícil de carregar, e a direita, que sempre foi pragmática quando conveniente, começa a recalcular a rota.

E é importante lembrar: mesmo antes da prisão, vários nomes desse campo já vinham denunciando as trapalhadas de Eduardo Bolsonaro ao tentar interferir na justiça brasileira. A família Bolsonaro deixou de ser unanimidade até entre os seus. Os ruídos já eram visíveis, as rachaduras estavam expostas.

Por isso, quando me perguntam quem vai substituir Bolsonaro, minha resposta é simples: a briga. É essa disputa pelo espólio político, esse vale-tudo, esse conflito interno que já está acontecendo. Não vejo uma figura única emergindo agora. Vejo um grupo fragmentado, cada um tentando salvar a própria imagem, marcar território, disputar narrativa.

A direita vai brigar. Aliás, já está brigando. E talvez esse seja, por um bom tempo, o principal substituto de Bolsonaro: o caos dentro da própria direita.

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