Engodo político
Luta de Messias será com viúvas do bolsonarismo
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Democrata na essência, representante da família, dos bons costumes, da ética na política e, principalmente, da paz e do amor, não tenho vinculação partidária, embora me posicione contrariamente àqueles que, sem projetos ou propostas, vivem de atacar, ameaçar e achincalhar opositores. Caso de Jair Bolsonaro, o ex-presidente preso. Em resumo, minhas urticárias afloram quando ainda sou obrigada a ler sobre as maledicências do grupo ligado ao presidente que se foi para nunca mais voltar. E são muitas, a maioria (ou todas) mentirosas, sacanas e sem provas.
Aliás, como tudo que ele já disse ou denunciou. Foi, é e continuará sendo um dos maiores engodos políticos a que o Brasil teve de se render por intermináveis quatro anos. Politizada graças a Deus, parto do princípio lógico de que se opor a alguém ou a alguma coisa é mais do que salutar: é fundamental para o equilíbrio político-administrativo de um país, de um conglomerado empresarial, de uma família e até do crime organizado. Sem oposição, vira ditadura. Ser de direita ou de esquerda é parte do jogo, desde que o vanguardismo ou conservadorismo não atrapalhem o diálogo.
Não é assim que pensam os denominados bolsonaristas. Antes oportunistas e raivosos, hoje os “patriotas” se limitam a seguidores de um fantasma que não assusta mais nem os meninos da escola de formação de coroinhas. Eleitos para trabalhar pelo país e pelo povo, fazem da inveja, da intolerância e da perseguição a base do modus operandi do mandato. Limitados como homens públicos, pobres no discurso, previsíveis nos ataques e estagiários na forma de se dirigir aos pares de correntes ideológicas diferentes, dificilmente conseguem ultrapassar a barreira do imprevisível.
Mesmo sem argumentos, são contrários a tudo que é do governo “comunista” que derrubou um falso profeta, cujo milagre maior foi dividir em dois um país que nunca foi unido, mas que se tolerava. Inimigo número zero da extrema-direita raivosa, Luiz Inácio é o nome a ser excluído do mapa político. Cambaleantes, eles não têm força para derrubar um presidente em sua terceira encarnação. Por isso, buscam atingir quem dele se aproxima. Depois de Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal, o alvo da vez da facção bolsonarista é o advogado Jorge Messias, ex-AGU, indicado por Lula para o mesmo STF.
Além da qualificação, a distância entre um e outro grupo está no conhecimento. Protagonista em todas as vezes que foi convocado pela bancada do mito, Flávio Dino fez a turma do balacobaco dançar mesmo sem música. No STF, ele mostrou à turma do vandalismo com quantos paus se faz um acampamento patriota. Na mesma linha e com o máximo de civilidade, Messias, embora evangélico, não deve aceitar desaforos de congressistas desqualificados e com o único objetivo de impedir sua chegada ao STF.
Messias não era o favorito do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (PP-AP), cuja função não é indicar pessoas capazes de compor o plenário do STF. Como não haverá recuo de Lula, a ordem é lembrar na sabatina que o pau que dá em Chico dá em Francisco. Nesse jogo de vaidades, o menos culpado é Jorge Messias. Seus maiores adversários são os senadores enviuvados do Jair Messias, os quais tentam vincular o indicado de Lula a pautas que nada têm a ver com a capacidade jurídica do ex-advogado da União. Que a razão se sobressaia à estupidez parlamentar.
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Sonja Tavares é Editora Política de Notibras