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Pertencimento

Viver em sociedade – primeira parte

Publicado

Autor/Imagem:
Tania Miranda - Foto Francisco Filipino

Desde os primórdios da história, o ser humano tem uma necessidade instintiva de pertencer a um grupo. Ele precisa reunir-se com aqueles que considera “seus iguais”. E, por pertencer a um grupo, logicamente será antagonista de outros que não rezem pela sua cartilha. Porque os outros, por não compartilharem de suas crenças, devem ser combatidos. E isso é aplicado em todos os segmentos sociais. Começa no próprio núcleo familiar, que é o primeiro grupo social ao qual pertencemos, e aí vai se espalhando pelas ondas do mar imenso que encontramos pelo caminho. Sim… a gente vai fazendo nossas escolhas de acordo com nossas convicções. Não é por outro motivo que em uma mesma família as ideias entre os membros são tão divergentes. Claro, todos temos as mesmas bases. Todos aprendemos, a princípio, os mesmos valores deste grupo. Mas, como eu já disse outras vezes, cada pessoa é um Universo à parte, e cada elemento absorve o conhecimento de uma maneira diferente. Como já disse alguém uma vez, “os dedos de nossa mão são d
iferentes, não temos dois dedos iguais…” imagine um grupo composto por elementos pensantes, cada um absorvendo suas experiências de uma maneira diferente…

O que nós esquecemos é que as influencias sofridas em nossa formação não vem única e exclusivamente de nossos pais. Afinal, a família é um organismo vivo, formado de vários elementos, muitos deles a princípio estranhos ao grupo… a princípio, pois mesmo não tendo laços sanguíneos, muitos elementos que não fariam parte desse grupo em uma primeira análise acabam por ser inseridos neste automaticamente. Um exemplo? A vizinha, que mora duas casas ao lado da sua. Ela não é uma parente consanguínea, mas a sua presença constante em sua residência, expondo ideias e experiências faz com que a mesma se torne, sim, um elemento importante na formação de ideias e maneira de agir. Sim, sofremos a influência de todas as pessoas que gravitam ao nosso redor. Mesmo aquelas ideias que a princípio nos dão asco, em um determinado momento ficarão gravadas em nossa psique, podendo ou não ser agregadas em nossa forma de pensar ou agir. Não é de outra forma que as modas são lançadas para a sociedade…

Depois da família, que como eu disse acima, não é formada apenas pelos pais e irmãos, mas também pelas pessoas que gravitam ao nosso redor, nosso segundo núcleo social está na escola, onde teoricamente iremos aprender a viver em sociedade, visto que encontraremos elementos oriundos de várias influências e, portanto, haverá de início um choque cultural. Iremos nos identificar de imediato com alguns e teremos uma sensação de não pertencimento a outros. Claro que essa primeira impressão irá se modificando a medida que a convivência mostra os prós e os contras de cada um. E é aí que novas influencias serão agregadas na psique de cada um. É nessa fase que começam as divergências entre o que foi aprendido junto a família e o que está sendo agregado nessa nova fase. É quando o elemento começa a fazer comparações e tenta encontrar vantagens em sua forma de agir. Sim, porque estamos sempre procurando sempre nos inserir onde tenhamos mais vantagens… se não forem reais, que sejam aparentes.

É na escola que encontramos nosso primeiro melhor amigo, nosso/nossa primeiro/primeira namorado/namorada… e muito de nossa formação moral e amorosa começa nessa fase. Como assim? A formação moral não se inicia no lar, junto à família? Sim e não. Claro que a família tem um peso considerável sobre sua forma de pensar quanto aos padrões morais vigentes na sociedade. Mas… ao chegar em determinada fase de sua vida você começa a fazer comparações entre o que aprendeu em casa e o que vê no dia a dia dos vários outros grupos. E é então que você vai fazendo suas escolhas. E é então que você realmente começa a sua formação moral…

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Não perca! Amanhã, dia 5, sexta-feira, será publicada a segunda parte.

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