Entre Caetano, Kriska e Boulos

A vida pede pausas. Às vezes, a gente precisa parar. Parar para respirar, para contemplar a beleza, a música, a arte, as amizades, a própria vida acontecendo. Foi por isso que, na semana passada, eu fui ao show do Caetano.

Sou fã dele há muitos anos, desde a adolescência. Sempre me encantei com a poesia das suas canções, com a delicadeza dos versos, com essa capacidade rara de dizer tanto com tão pouco. Houve um tempo da minha vida, e não foi um tempo curto, em que pensei que jamais conseguiria ver Caetano assim, de pertinho, como aconteceu agora. Talvez por isso, a emoção tenha vindo tão forte. Quando ele cantou Sozinho, eu me peguei pensando no “antes, o agora e o depois”, como quem revisita a própria trajetória, reconhecendo dores, travessias e permanências.

Ao meu lado estava Kriska, minha amiga querida, irmã que a vida me deu. Aquela que já me abraçou nos dias difíceis, nos momentos em que o chão parecia faltar. Estar ali com ela, dividindo aquele instante, foi também celebrar a vida e o amor entre amigas, esse amor que sustenta, que acolhe e que segue junto mesmo quando tudo parece pesado demais.

Bem perto de nós duas, que acreditamos num país melhor e lutamos por isso, estava Guilherme Boulos, ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, a quem cumprimentamos pelo trabalho sério e necessário que vem realizando. Foi curioso e bonito perceber como arte, política, afeto e esperança podem ocupar o mesmo espaço, sem conflito, em perfeita harmonia.

O show terminou em clima de festa, em ritmo de carnaval, ao som de Odara. E ali, dançando, sorrindo, senti que aquela pausa tinha valido a pena. Porque a vida também é isso: parar, sentir, agradecer.

Deixa eu dançar.