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Filme de Ben Attia

‘A Amante’ é verdadeiro espelho para refletir a realidade

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Autor/Imagem:
Luiz Carlos Merten

Com apenas 42 anos e dois longas no currículo, Mohamed Ben Attia tornou-se um fenômeno do cinema da Tunísia. Em Berlim, 2016, ele recebeu dois Ursos de Prata – melhor filme de diretor estreante, por Hedi, e melhor ator, Majd Mastoura, que faz o papel-título.

Este ano, em Cannes, integrou a seleção da Quinzena dos Realizadores com Dear Son. A Quinzena, patrocinada pela Société des Réalisateurs, compete com a seleção oficial para ver quem apresenta os melhores filmes. Se estivesse na competição, é bem possível que Querido Filho tivesse dado o prêmio de melhor ator para o excepcional Mohamed Drif.

Hedi estreia nesta quinta, nos cinemas brasileiros, rebatizado como A Amante. Em entrevista, o próprio diretor admitiu que procurou espelhar as mudanças ocorridas no país durante a chamada “primavera árabe”, quando o povo foi às ruas pedindo mudanças. Hedi era a expressão de uma juventude apática, anterior às mobilizações. A mãe organiza sua vida, decide tudo por ele. Escolheu a noiva e marcou o casamento.

Quase na véspera da união, Hedi é forçado a uma última viagem de trabalho. Ocorre o improvável. Ele conhece uma mulher – Rim – de comportamento libertário. Rim quer viver a vida com liberdade e intensidade. Metaforiza a Tunísia em fase de mudança. Seduzido, Hedi terá de decidir em seguir a sua via ou voltar àquela traçada pela mãe. Ben Attia filma a família como forma de entender o que se passa na Tunísia. Usa o cinema como um espelho para refletir a realidade.

Querido Filho é sobre garoto que vai prestar vestibular. Ele está passando por uma emoção muito forte, que os pais creditam ao exame. Na verdade, o jovem foi cooptado pelo movimento jihadista para virar homem-bomba. Some no mundo. O pai vai atrás dele. A família implode. Ben Attia filma bem, dirige os atores com brilho. Mohamed Drif, que faz o pai, é gênio.

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