Cafeomancia
A borra que fica na xícara de café e os mistérios do destino
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No fundo da xícara, onde muitos enxergam apenas restos de pó escuro, outros encontram símbolos, sinais e até mensagens vindas do invisível. Essa prática é chamada de cafeomancia, uma forma de adivinhação que acredita decifrar o futuro, os dilemas da alma e até acontecimentos coletivos por meio dos desenhos formados pela borra de café.
Originada em tradições do Oriente Médio e popularizada em países como Turquia, Grécia e Armênia, a leitura da borra exige não apenas fé, mas também um olhar treinado. As figuras que surgem — sejam linhas, manchas, formas que lembram animais, olhos, árvores ou até mapas — são interpretadas como mensagens do subconsciente ou revelações do destino.
Quem acredita nesse oráculo costuma ver nele um guia espiritual, uma forma de reconectar-se com mistérios maiores e encontrar respostas para inquietações do dia a dia. Para uns, é um ato de fé; para outros, uma espécie de terapia simbólica. E mesmo para os céticos, há algo de fascinante em perceber como manchas aleatórias podem ser traduzidas em narrativas que iluminam caminhos.
A cafeomancia, assim como outras artes divinatórias, não se limita a prever o futuro. Ela sugere reflexões sobre o presente, desperta intuições e convida o observador a olhar para dentro de si. Afinal, como em toda prática mística, a borra de café funciona menos como um espelho do amanhã e mais como uma lente através da qual se enxerga a própria alma.
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Anabelle Santa’cruz é Editora de Oráculos